Sinopse: Sayuri tinha um olhar invulgarmente belo, de um cinzento translúcido, aquático, a reflectir numa miríade de cristais límpidos, o brilho prismático e incandescente do universo perfeito e atroz sobre o qual repousava. Era uma transparência súbita, inesperada, a contrastar violentamente com a estranha opacidade branca da máscara onde sobressaíam uns lábios exageradamente vermelhos. E se os olhos ainda reflectiam Chiyo, a menina de nove anos, filha de pescadores, de uma cidade remota, junto ao mar, a máscara inquietantemente delicada, o penteado ostensivo, a sumptuosidade dos quimonos de brocados, ricamente ornamentados pertenciam à mulher em que ela se tinha tornado, Sayuri, uma das mais célebres gueixas do Japão dos anos 30. É este mundo anómalo, secreto e decadente, construído sobre cenários de papel de arroz e que parece ser a manifestação da própria fantasia erótica masculina que Golden evoca com uma autenticidade notável e um lirismo requintadamente raro. Um romance sobre o desejo e a natureza indomitável do espírito humano, desafiador, cativante pela pureza da prosa, pela prodigalidade das nuances, das atmosferas, das imagens esculpidas com a precisão e subtileza da arte do bonsai. Memórias de uma gueixa foi considerado um dos melhores primeiros romances de 1997.
A minha opinião: Às vezes parece que não fomos nós quem escolheu o livro, mas foi o livro que nos escolheu a nós.
Antes de ler a crítica da White Lady, eu nunca tinha ouvido falar nem deste livro, nem do filme. Por casualidade, o livro pareceu-me tão interessante que, num impulso, o requisitei logo na biblioteca e comecei a lê-lo. Esperava algo bom, mas mesmo assim, surpreendeu-me.
Em Memórias de Uma Gueixa, é-nos dada a oportunidade de acompanhar a vida de Sayuri, uma gueixa do Japão dos anos 30 desde a sua curta infância na pequena cidade de Yoroido até se ter mudado para Nova Iorque. É-nos dado a conhecer como a criança Chiyo se tornou na gueixa Sayuri, desde o momento em que foi vendida à okiya (local onde viviam gueixas/futuras gueixas) onde iria passar grande parte da sua vida até ter quebrado os laços com esta.
Ainda que o objectivo principal deste livro seja apresentar a vida de uma gueixa no que diz respeito ao seu dia-a-dia, como este se vai modificando nas diversas etapas da sua vida e algumas particularidades desse mundo, gostei muito da história criada por Golden para atingir este fim. Embora estejamos centrados na vida de Sayuri, portanto pouco mais se sabe das personagens a não ser no momento em que que contactam com esta, achei que as personagens estavam muito bem desenvolvidas, diferentes entre si, parecendo mesmo reais.
Outro aspecto que gostei muito foi a "voz" de Sayuri. Consegui perfeitamente sentir o que ela sentia. Em nenhum momento pensei que a pessoa que me estava a contar a história não era uma mulher, mas sim um homem.
Por fim, o livro levanta algumas questões interessantes, sobre a nossa visão de ocidentais sobre as gueixas, a forma como pequenos acontecimentos podem mudar o rumo da nossa vida e até que ponto são as nossas escolhas que influenciam a nossa vida.
Como ponto negativo, apenas tenho a referir o facto de comparativamente ao início, o final pareceu-me um pouco apressado.
É sem dúvida um livro muito bom não só pelo conhecimento que se adquire sobre as gueixas, mas também pela belíssima história que o acompanha, que apesar de ser fictícia, é bastante credível.
Existem alturas para ler determinados livros. Não sei bem porquê, parece-me que estava com a disposição perfeita para ler este.
Classificação: 9/10 - Excelente
[Para aqueles que leram, encontrei questões muito interessantes de análise do livro. Curiosamente, algumas eu até me perguntei mim mesma]
3 comentários:
Olá!
Um excelente livro!
Agora vê o filme...igualmente muito bom!
Beijocas
oi.. adorei assistir o filme, mas ainda ñ li o livro, se alguem puder me dizer onde encontrar ele com a capa original ou até mesmo com a outra capa, EU PRECISO LER.... bom, meu e-mail é: kaynaramorais13@hotmail.com se alguem souber i puder me endicar eu vou adorar.....
bjimmmm,,, vlw.
Ana, espero mesmo vê-lo. Muitas pessoas mo aconselharam.
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