Caros leitores,
hoje mesmo acabei de ler Club Dead, de Charlaine Harris, na sua língua original, inglês.
Ainda que não tenha sido a primeira obra que li nesta língua, foi a primeira com um carácter ficcional em que a linguagem utilizada era mais, digamos, literária.
Obviamente que tenho a noção de que não sou uma falante nativa de inglês, por isso comecei com uma escritora com uma linguagem acessível. No entanto, não consigo, infelizmente, ficar tranquila em perceber as palavras desconhecidas pelo contexto, tenho de saber o verdadeiro significado das mesmas. Desta forma, só li o livro em casa e ao lado de um dicionário.
Apesar da minha velocidade de leitura ter diminuído drasticamente, foi uma experiência muito positiva. Ao ler o livro um pouco mais devagar, apercebi-me de pormenores que, se estivesse a ler em português, me teriam passado ao lado; aprendi imensas palavras, e até tive a oportunidade de as assimilar, pois reparei que a autora as repete bastante, visto o livro estar escrito numa linguagem não muito rebuscada.
A voz da escritora parece que mudou. Li os primeiros dois livros em português, e agora neste, tudo me parece um pouco mais vivo, interessante, não sei se por estar mais atenta à escrita e aos trocadilhos, mas se por estar a ler na língua original.
De qualquer das formas, sinto que é uma excelente experiência e apesar de não poder ler à velocidade que desejaria, penso que ganho muito mais, até porque após o choque inicial, a minha leitura foi muito mais fluente na segunda metade do livro e precisei de muito menos interrupções.
E vocês, contem-nos as vossas experiências/ manias/ hábitos quando lêem noutras línguas!
6 comentários:
Ler na lingua original tem um bom que nunca se pode negar, é que lemos exactamente o que o autor queria transmitir.
Por melhor que seja o tradutor, fica sempre algo de si nos textos traduzidos, o que não é necessariamente mau. O problema é quando a tradução não faz juz ao livro original. Isso é mau pois pode afastar muito leitores.
Pessoalmente já li muitos livros em Inglês e sinto-me perfeitamente à vontade com qualquer tipo de livro (tento apenas manter-me afastada daqueles mais antigos e com escrita rústica). Claro que sempre que posso gosto de ler em português, por amor à lingua, mas quase todos que leio em inglês não estão publicados em portugal (pelo menos na altura em que os leio). É também uam forma de abranger fronteiras.
Ana, não podia concordar mais. Ler exactamente o que o autor quer transmitir dá uma nova cara ao que estamos a ler. Duas pessoas não contam de maneira igual a mesma história. Dão sempre um bocadinho de si.
Óptimo artigo Jacqueline!
Em relação ao conteúdo, tenho que concordar contigo. Ler um livro na sua língua original é uma experiência extremamente enriquecedora. Para além de assimilarmos diversas informações podemos também aprender de uma outra perspectiva.
Apesar das minhas primeiras experiências com livros em língua estrangeira terem sido dolorosas e demoradas, senti a mudança. Tal como tu referiste, ao longo dos tempos foi muito mais fácil para mim começar a realizar uma leitura, com menos interrupções, ou seja, com menos idas ao dicionário. Aprendi diversas palavras e sobretudo expressões idiomáticas muito interessantes, que são sempre úteis no estudo da língua Inglesa.
As minhas primeiras leituras realizadas no âmbito da língua estrangeira foram algumas obras de Jane Austen e Emily Brontë. Apesar de ter começado por autores que exigem uma enorme fluência no Inglês, foi uma experiência fantástica!
E sobretudo tenho que concordar com a Ana. É mais gratificante ler exactamente as palavras escritas pelo próprio autor do que as traduzidas por outro. Pois quem conta um conto, acrescenta sempre um ponto ;)
Obrigada, Papillon. Lembro-me muito bem de teres falado de como tinha sido muito proveitoso ler O Monte dos Vendavais em inglês e o quanto tinhas aprendido :)
Concordo com o que aqui foi dito. No entanto ainda não tive coragem para tentar ler em ingles... sinto-me mais confortavel com o frances, e com esses tenho experimentado, e apoio totalmente! para alem de treinarmos a lingua, torna-nos mais proximos do autor...
Beky, a mim é exactamente o contrário. Para mim é ainda muito cedo para começar a ler em francês...
Mas é verdade, ficamos muito mais próximos do autor :)
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