Sinopse: História, fantasia e exotismo na Pérsia do séc. XIV. Um fabuloso conto das 1001 noites, onde os laços que unem mães e filhas se cruzam com importantes acontecimentos históricos e luxuriosas imagens de desinibida sensualidade.
Tendo o Bairro Judeu da Velha Pérsia como ponto de partida, Dora Levy Mossanen faz-nos embarcar numa viagem sedutora ao mundo fascinante dos xás, adivinhos, eunucos e sultanas. Harém segue três gerações de mulheres determinadas e astutas: Rebekah - uma rapariga pobre casada com Jacob, o Sem Pai, o ferreiro grosseiro - a quem o casamento desastroso deixa uma marca entre os seios; Pó de Ouro, a filha querida de Rebekah, que entra no mundo opulento e perigoso do harém e cativa o Xá com os seus ossos cantores; e a filha de Pó de Ouro, a reverenciada e temida princesa albina Corvo, que um dia governará o Império. Rico em imagens, Harém descreve com vivacidade os bazares exóticos, as ruelas perigosas da cidade, e os aposentos do palácio, repletos de conspirações e traições - assim como de amor e redenção. Romance de textura intrincada habilmente trabalhado, Harém representa o começo de uma carreira literária notável.
A minha opinião: Como já devem ter reparado, gosto muito de ler livros cuja acção se desenrola no Oriente. Desta forma, o tema não me podia agradar mais, pois tinha mais do que um aroma oriental.
No que diz respeito às personagens, penso que foram bem conseguidas. Foi bastante interessante poder acompanhar três gerações de uma família: avó, mãe e filha e assim reconhecer características herdadas, mas ao mesmo tempo ver como eram tão diferentes. Isto sem mencionar o facto de poder ver como a determinação e astúcia da avó conseguiram colocar as gerações seguintes no clima ostentoso do palácio, tornando a filha a favorita do Xá e a neta a princesa da Pérsia, quando o que as esperava era uma casa decadente no bairro judeu, à semelhança dos seus antepassados.
Outro aspecto a apontar são as descrições. Talvez por ser uma realidade algo próximo à autora - afinal ela tem ascendência de Israel - esta conseguiu perfeitamente fazer o contraste entre o ambiente do harém/palácio e as pobres ruelas do bairro judeu. Nesse aspecto fui completamente transportada para a Pérsia do século XIV.
Quando à narrativa, é interessante. Não sendo uma leitura propriamente leve, dá-nos a possibilidade de acompanhar ambientes e acontecimentos diferentes e característicos, que conseguem prender o leitor.
Apesar de não conseguir apresentar em concreto aspectos negativos, afinal de contas, gostei das descrições, das personagens e da história, penso que de certa forma faltou algo. Enfim, talvez tenha esperado mais do que este livro podia dar. No entanto, dado que este é o romance de estreia da autora, não tenho dúvidas que o seu próximo livro deverá passar de interessante a muito bom.
Classificação: 7/10 - Bom
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