segunda-feira, 18 de abril de 2011

O Décimo Terceiro Conto, de Diane Setterfield

Sinopse: Vida Winter passou quase seis décadas a iludir jornalistas e admiradores acerca das suas origens, mantendo oculto o seu passado enigmático, tão enigmático como a sua primeira obra, intitulada Treze Contos de Mudança e Desespero, e que continha apenas doze. Porém, tudo isto pode estar prestes a mudar quando Margaret Lea, biógrafa amadora, recebe uma carta da famosa escritora convidando-a a redigir a sua biografia. Pela primeira vez, Vida Winter vai contar a verdade, a verdade acerca de uma família atormentada por segredos e cicatrizes. Mas poderá Margaret confiar totalmente nela? E terá sido ela eleita depositária das confidências por um motivo inocente?

A Minha Opinião: O Décimo Terceiro Conto foi um dos muitos livros que descobri nas minhas visitas a outros blogs literários e que, provavelmente, nunca leria se não os visitasse.

Devo dizer que fiquei completamente surpreendida com este livro! Tive todos os "sintomas" de quando leio um livro que adoro: o número de páginas parecia que voava; era-me muito difícil arranjar um ponto para parar de ler, mas também quando o fazia, continuava embrenhada na história e quando faltavam poucas páginas para acabar, o meu desejo era que simplesmente não acabasse tão cedo.

O Décimo Terceiro Conto, não só pela escrita cativante, como também pelo enredo absorvente e o seu ambiente sombrio, prendeu-me desde a primeira página. Porém, penso que o que me fez realmente adorar o livro foram as personagens.

Margaret Lea era uma bibliófila e portanto, foi fácil identificar-me com ela desde o início. Ainda assim, não foi só esse facto que me fez gostar dela. Durante o livro, vamos saltando do presente para o passado, do passado para o presente. O passado consiste na narração de Vida Winter sobre a sua infância e adolescência. O presente, no momento em que ela a conta e Margaret a vai registando, para depois escrever a biografia de Vida Winter, que lhe fora incubida pela mesma. No entanto, Margaret não se vai limitar a registar a história que Vida lhe conta, até porque esta, até à data, contava sempre uma história diferente sobre a sua infância nas entrevistas e desta forma, não se sabia a verdade sobre os primeiros tempos da escritora, porque não havia nenhum registo de Vida Winter antes de se tornar numa romancista. Margaret vai então investigando provas que confirmem a história que lhe conta e faz um pouco o papel de detective, revelando ser bastante perspicaz. Gostei muito desta personagem, até porque ela também vai revelar ser possuidora de uma história peculiar que eu achei muito bém construída e adequada ao ambiente sombrio do livro.

Vida Winter é sem dúvida, uma mulher enigmática. Gostei logo de como relatava a sua infância através de um discurso onde a escolha das palavas não era feita ao acaso. Achei-a um personagem muito credível, com um carácter sereno, mas imponente, que me conseguiu prender a atenção desde que escreveu a carta a pedir os serviços de Margaret Lea. Com todo o mistério à volta dela, era como se me tivesse lançado uma teia da qual só me consegui desprender quando acabei o livro.

Como único ponto negativo, apenas aponto o facto de ter sentido falta, no final, de mais algumas explicações que me permitiriam perceber melhor a reviravolta que aconteceu no final, porque estava à espera que tivesse sido melhor descrita. Ainda assim, não sei bem se posso apontá-lo como um ponto negativo, porque não sei se seria próprio de Vida Winter deixar o leitor completamente elucidado sobre a sua vida, sem que houvesse ainda algum mistério de roda dela.

O Décimo Terceiro Conto é um livro fantástico cuja leitura me deu um enorme prazer de ler e que recomendo vivamente. Um autêntico exemplo de um livro que não largamos até saber o seu desenlace.

Classificação: 9 /10

3 comentários:

Ana Isabel Pedroso disse...

Muito bom!

Angela Escritora disse...

E ler sua resenha dá vontade de ler!!

Diana Marques disse...

Li esse livro o ano passado e também adorei! Surpreendeu-me bastante pela positiva. Há pouco tempo convenci a minha mãe a ler (e ela é um bocado picuinhas com os livros que lê...) e também adorou! Leu-o de uma assentada, em dois ou três dias hehehe