sábado, 24 de setembro de 2011

A Glória dos Traidores, de George R. R. Martin

Sinopse: O bafo cruel e impiedoso do Inverno já se sente. Quando Jon Snow consegue regressar à Muralha, perseguido pelos antigos companheiros do Povo Livre, não sabe o que irá encontrar nem como será recebido pelos seus irmãos da Patrulha da Noite. Só tem uma certeza: há coisas bem piores do que a hoste de selvagens a aproximarem-se pela floresta assombrada. O Jovem Lobo também está em viagem, na companhia da mãe e do tio, numa tentativa de reconquistar duas coisas fundamentais para os Stark: a aliança da Casa Frey e o Norte. A primeira parece bem encaminhada, mas é sabido como o velho Walder Frey é traiçoeiro. Quanto à segunda, é uma incógnita, pois a tarefa que lhe cabe é quase impossível: conquistar Fosso Cailin a partir do sul. Em Porto Real, há dois casamentos em perspectiva, qual deles o mais importante para o destino dos Sete Reinos. Mas quem sabe o que os caprichos do destino têm reservado para os noivos? Jaime Lannister, agora mutilado, regressa para junto dos seus sem saber o que o aguarda. E do outro lado do mar, o poder dos dragões renasce, com Daenerys à cabeça de uma hoste de eunucos treinados para a guerra e finalmente rodeada de amigos. Mas serão esses amigos… dignos de confiança?

A Minha opinião: Para quem ainda não começou a ler esta saga, recomendo que o faça imediatamente. Ficará seguramente arrebatado pelas personagens e o brilhante mundo criado por George R. R. Martin.

Só posso dizer que, após 6 volumes, não estou de modo algum desiludida com esta saga . É claro que houve momentos que não gostei muito, mas a verdade é que são tão raros e tudo o resto é excelente. Neste volume então, Martin superou-se. Desde que o começamos há uma reviravolta quase que a cada capítulo! É realmente de cortar a respiração ver o que a acontece a tantas personagens e constatar que não podemos tomar nada como certo, porque Martin vai trocar-nos as voltas.


N'A Glória dos Traidores, a qualidade das personagens mantém-se, na realidade, algumas delas tornaram-se ainda mais interessantes neste livro como Jon, o Mindinho e Jaime e outras despertaram finalmente o meu interesse (sim, refiro-me a Sansa). Fiquei, no entanto, com alguma vontade (muita) de ler mais alguns capítulos de Daenerys e Bran. Ainda assim, se houve algo que realmente senti diferente neste livro foi o facto de que os acontecimentos me prenderam muito mais do que nos outros livros anteriores. Até este livro o que realmente adorava eram as personagens, mas agora acho que este jogo de interesses entre as casas e esta total incerteza sobre o destino de cada uma são coisas que não poderia abdicar.

Houve inclusivamente uma passagem de Sansa, uma das personagens que até à altura me prendia menos a atenção, que me pôs a pensar:

"Sansa pôs-se a vaguear, passeando por arbustos congelados e esguias árvores escuras, e perguntou-se a si própria se estaria ainda a sonhar. Flocos de neve que caíam roçavam-lhe no rosto com a leveza dos beijos de um amante e derretiam-se-lhe nas bochechas. Virou o rosto para o céu e fechou os olhos. Sentiu a neve nas pestanas, saboreou-a nos lábios. Era o sabor de Winterfell. O sabor da inocência. O sabor dos sonhos."

Sim, por momentos dou por mim a desejar novamente paz, um final feliz (agora dentro do possível) para a família Stark e a questão do rei resolvida. Porém, essa ideia rapidamente se desvanece, porque se há alguma coisa que tenho a certeza é que esta história ainda tem muito para dar. Vão haver mais personagens que me surpreenderão, traições, casamentos infelizes, mortes cruéis. E eu não quero perder nenhum destes acontecimentos. Quero ser arrebatada por esta história por mais algum tempo.

Escusado será dizer que este brilhante livro é o meu preferido de toda a saga.

Classificação: 9/10 - Excelente

2 comentários:

Alu disse...

é pena o "Festim dos Corvos" ser tão fraquinho.

Tiago Mendes disse...

Respeito a opinião da Ana Luisa Alves, mas na minha opinião tanto "O Festim dos Corvos" como o "Mar de Ferro" mantiveram o nível alto que a saga nos habituou; não com tanta acção, é certo, mas com a emoção e o entusiasmo lá no cimo. Pelo menos foi a minha experiência de leitura ;)

Tiago