sábado, 16 de outubro de 2010

Sangue-Do-Coração

Sinopse: Uma floresta assombrada. Um castelo amaldiçoado. Uma jovem que foge do seu passado e um homem que é mais do que parece ser. Uma história de amor, traição e redenção.

Whistling Tor é um lugar de segredos, uma colina arborizada e misteriosa que alberga a fortaleza de um chefe tribal cujo nome se pronuncia na região com repulsa e amargura. Há uma maldição que paira sobre a família de Anluan e o seu povo; os bosques escondem uma força perigosa que prenuncia desgraças a cada sussurro.
No entanto, a fortaleza solitaria é um porto seguro para Caitrin , uma jovem escriba inquieta que foge dos seus próprios fantasmas. Apesar do temperamento de Anluan e dos misteriosos segredos guardados nos corredores escuros, este lugar há muito temido providencia o refugio de que ela tanto precisa. À medida que o tempo passa Caitrin aprende que há mais por detrás do atormentado jovem e dos estranhos membros do seu lar do que ela pensava. Só através do seu amor e determinação é que a maldição poderá ser desfeita e Anluan e a sua gente libertados...

A minha opinião: Em primeiro lugar devo dizer que este livro me surpreendeu bastante, pois estava à espera de encontrar uma tipica "história Juliet Marillier", e no entanto deparei-me com um conto de encantar, que em muito faz lembrar uma mistura de histórias Disney, A Bela e o Monstro e Cinderela.
Pessoalmente penso que Juliet terá tentado dirigir este livro a um público mais jovem, adolescente, acrescentando assim um cheirinho das modas de hoje em dia: um amor impossível entre uma humana e uma criatura sobrenatural. Mas, se são como eu e desprezam todo o tipo de livro que tente, de certo modo, "imitar" a tão conhecida Saga Twilight, de Stephenie Meyer, não se deixem enganar! Sangue-Do-Coração apenas tem um "flavour" de toda esta loucura adolescente, o suficiente para nos cativar a entrar em Whistling Tor e nos manter prisioneiros no castelo de Anluan até ao fim da narrativa.

Caitrin é uma jovem rapariga, bonita mas de figura ligeiramente cheia.
Depois da morte de seu pai a irmã de Caitrin vai viver com o marido para longe da sua aldeia natal, e deixa Caitrin aos cuidados da tia. Rapidamente, Caitrin descobre que a tia só está interessada na herança que o pai lhe deixou, tentando que esta se case com o seu filho.
Devido às suas resistências e tentativas de manter a dignidade a rapariga é maltratada pelo primo, um homem violento que limita a sua existencia à ganância pela herança de Caitrin. Na tentativa de pôr um ponto final na situação, Caitrin foge de casa, deixando assim a aldeia para trás.
Após as dificuldades da sua viagem atribulada, Caitrin dá por si numa povoação muito estranha, onde as pessoas nutrem um profundo ódio pelo seu chefe tribal, tomando-o como um homem inútil. Todo o tipo de histórias lhe são contadas acerca de Whistling Tor, e Caitrin acaba por ficar curiosa, embora tenha algumas dificuldades em acreditar em tudo o que lhe dizem.
O caminho de Caitrin acaba por se cruzar com o de Anluan, o detestado chefe tribal, quando este lhe oferece um trabalho como escriba, durante o Verão.
Dia após dia, Caitrin vê-se envolvida no manto de mistério que cobre Whistling Tor em forma de nevoeiro.
Esta é a história de uma jovem, que aos poucos vai descobrindo os segredos do seu chefe tribal e que com amor e esperança o ajuda a derrotar os demónios do passado, vencendo uma batalha que há muito se julgava perdida.

Esta é uma leitura ligeira, que recomendo a todos, um livro que me apaixonou, ainda que não fosse o que estava à espera.

Classificação: 7/10 - Bom

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O Bailarino, de Colum McCann

Sinopse: Um camponês russo que se tornou numa lenda internacional, um exilado da Guerra Fria que inspirou a adoração de milhões, um artista cujo nome era sinónimo de génio, sexo e excesso. A magnificência da vida e do trabalho de Rudolf Nureyev é conhecida, mas agora Colum McCann, no seu mais ambicioso e ousado romance até à data, reinventa esta figura fortemente erótica através da luz que ele espalhou nas vidas daqueles que o conheceram. Atravessando quatro décadas e muitos mundos, desde os horrores de Estalinegrado ao feroz abandono da garrida Nova Iorque dos anos 80, O Bailarino é povoado por um grande número de personagens, obscuras e famosas, reais e imaginadas: Anna Vasileva, a primeira professora de ballet de Rudi; Victor, o gabarolas venezuelano que lhe revela o sinistro círculo de celebridades homossexuais; Margot Fonteyn e John Lennon; sapateiros, enfermeiros e leiloeiros da Sotheby. E no coração,o artista: cheio de vontade, lascivo, sensual, ambicioso e guiado por uma nunca satisfeita necessidade de perfeição. Escrevendo de uma forma absorvente, Colum McCann evoca o homem e reflecte sobre o mito. O resultado é uma monumental história de amor, arte e exílio.

A Minha Opinião: Lição a aprender - por muito que um livro nos tenha sido veemente aconselhado por uma pessoa com gostos mais ou menos parecidos com os nossos, nunca, mas mesmo nunca se deve ler o livro sem ler a sinopse. Se eu o tivesse feito, teria percebido que este livro não era para mim.
A verdade é que pouco tenho a dizer sobre o livro e o que tenho, são tudo altos e baixos. Se por um lado adorei a escrita do autor, as mudanças de narrador, as cartas que apareciam pelo meio, frases que pareciam não ter fim e acabavam por nos fazer sentir como a personagem, enfim uma série de coisas que me prenderam desde o início, por outro, houve partes em que a escrita foi simplesmente enfadonha e eu só lia sem saber o que estava a ler. Pior, também não tinha grande interesse em sabê-lo.
Ainda que a história seja sobre o bailarino Nureyev, raras são as vezes em que ele é o narrador, na maior parte, são outras personagens a contar a sua própria história na qual vamos sabendo o que é feito de Nureyev. Gostei desse facto, no entanto, mais uma vez, senti uma grande inconsistência no livro. Houve momentos em que, de facto, adorava o que estava a ler e li essas partes num ápice, noutros momentos, era quase um suplício, principalmente na parte de Victor - essa passei à frente.
Algumas vezes senti repugnância em relação à figura de Nureyev em si e isso condicionou a minha opinião em relação a O Bailarino, mas a verdade é que em várias alturas desejava ler sobre as outras personagens e não Nureyev.
Bem sei que esta crítica está horrível, mas a verdade é que (desculpem o termo) não me apetece nada falar mais sobre este livro. Demorei tanto tempo a lê-lo, que me encontro ligeiramente zangada comigo própria por não ter desistido dele. No entanto, também reconheço que por estar muito bem escrito, o autor transportou-me para a Rússia da segunda metade do século XX de uma forma magnífica e isso, embora me custe admitir, foi algo que desfrutei muito.
Enfim, que desilusão.

Classificação:
5/10 - Razoável

(Esta opinião é MESMO pessoal. Tenho a certeza que admiradores de Nureyev e outras pessoas que estejam realmente interessadas na sua história ficarão encantados com este livro)