sexta-feira, 23 de julho de 2010

Roma, de Simon Baker

Sinopse: Esta é a história do maior império que até hoje o Mundo conheceu. Nela, Simon Baker conta a história da ascensão e da queda da primeira superpotência global, concentrando-se nos seis pontos de viragem fundamentais que deram forma à história de Roma. Sejam bem vindos a uma Roma que nunca antes viram: terrível e esplêndida, enérgica e sórdida.
No centro desta apaixonante narrativa histórica estão as personalidades dinâmicas e complexas, mas também imperfeitas, dos mais poderosos senhores de Roma: homens como Pompeu, o Grande, Júlio César, Augusto, Nero e Constantino.
Esta soberba narrativa, repleta de energia e de imaginação, é um inteligente resumo dos mais recentes estudos e trabalhos académicos e um relato maravilhosamente evocativo da Roma Antiga.


A Minha Opinião: Ainda que o Império Romano não faça parte das minhas épocas predilectas, devo dizer que gostei deste livro.

A organização do mesmo é excelente. Simon Baker centrou-se nos acontecimentos fulcrais/pontos de viragem da história de Roma Antiga, dedicando um capítulo a cada um. É-nos assim descrito, de uma forma concisa, mas ao mesmo tempo detalhada, como nasceu a república romana e como terminou; a era dos imperadores, focando-se em Augusto, Nero, Adriano e Constantino; a revolta Judaica na província romana da Judeia e o fim do Império Romano.

Muitíssimo bem documentado, o livro não deixa dúvidas sobre tudo o que esteja relacionado com esses acontecimentos. Somos muito bem informados sobre todo o cenário político, o que desencadeou o referido acontecimento e o que dele resultou, além do destino das personagens intervenientes.

No entanto, apesar de reconhecer que é um livro muito bom, o livro é, de certa forma, denso, não se lendo de ânimo leve, pois, afinal de contas, estamos embrenhados no melhor e pior que os jogos políticos romanos podem oferecer.

Para os apaixonados pelo Império Romano, é um livro excelente para conhecer desde os seus períodos de ouro às suas graves crises, desde os imperadores mais astutos aos generais mais cobardes, desde as origens de Roma ao seu fim como a principal cidade de um dos maiores impérios da história.

Classificação: 7/10 - Bom

domingo, 18 de julho de 2010

Memórias de uma gueixa, de Arthur Golden

Sinopse: Sayuri tinha um olhar invulgarmente belo, de um cinzento translúcido, aquático, a reflectir numa miríade de cristais límpidos, o brilho prismático e incandescente do universo perfeito e atroz sobre o qual repousava. Era uma transparência súbita, inesperada, a contrastar violentamente com a estranha opacidade branca da máscara onde sobressaíam uns lábios exageradamente vermelhos. E se os olhos ainda reflectiam Chiyo, a menina de nove anos, filha de pescadores, de uma cidade remota, junto ao mar, a máscara inquietantemente delicada, o penteado ostensivo, a sumptuosidade dos quimonos de brocados, ricamente ornamentados pertenciam à mulher em que ela se tinha tornado, Sayuri, uma das mais célebres gueixas do Japão dos anos 30. É este mundo anómalo, secreto e decadente, construído sobre cenários de papel de arroz e que parece ser a manifestação da própria fantasia erótica masculina que Golden evoca com uma autenticidade notável e um lirismo requintadamente raro. Um romance sobre o desejo e a natureza indomitável do espírito humano, desafiador, cativante pela pureza da prosa, pela prodigalidade das nuances, das atmosferas, das imagens esculpidas com a precisão e subtileza da arte do bonsai. Memórias de uma gueixa foi considerado um dos melhores primeiros romances de 1997.



A minha opinião: Às vezes parece que não fomos nós quem escolheu o livro, mas foi o livro que nos escolheu a nós.

Antes de ler a crítica da White Lady, eu nunca tinha ouvido falar nem deste livro, nem do filme. Por casualidade, o livro pareceu-me tão interessante que, num impulso, o requisitei logo na biblioteca e comecei a lê-lo. Esperava algo bom, mas mesmo assim, surpreendeu-me.


Em Memórias de Uma Gueixa, é-nos dada a oportunidade de acompanhar a vida de Sayuri, uma gueixa do Japão dos anos 30 desde a sua curta infância na pequena cidade de Yoroido até se ter mudado para Nova Iorque. É-nos dado a conhecer como a criança Chiyo se tornou na gueixa Sayuri, desde o momento em que foi vendida à okiya (local onde viviam gueixas/futuras gueixas) onde iria passar grande parte da sua vida até ter quebrado os laços com esta.

Ainda que o objectivo principal deste livro seja apresentar a vida de uma gueixa no que diz respeito ao seu dia-a-dia, como este se vai modificando nas diversas etapas da sua vida e algumas particularidades desse mundo, gostei muito da história criada por Golden para atingir este fim. Embora estejamos centrados na vida de Sayuri, portanto pouco mais se sabe das personagens a não ser no momento em que que contactam com esta, achei que as personagens estavam muito bem desenvolvidas, diferentes entre si, parecendo mesmo reais.

Outro aspecto que gostei muito foi a "voz" de Sayuri. Consegui perfeitamente sentir o que ela sentia. Em nenhum momento pensei que a pessoa que me estava a contar a história não era uma mulher, mas sim um homem.

Por fim, o livro levanta algumas questões interessantes, sobre a nossa visão de ocidentais sobre as gueixas, a forma como pequenos acontecimentos podem mudar o rumo da nossa vida e até que ponto são as nossas escolhas que influenciam a nossa vida.

Como ponto negativo, apenas tenho a referir o facto de comparativamente ao início, o final pareceu-me um pouco apressado.

É sem dúvida um livro muito bom não só pelo conhecimento que se adquire sobre as gueixas, mas também pela belíssima história que o acompanha, que apesar de ser fictícia, é bastante credível.

Existem alturas para ler determinados livros. Não sei bem porquê, parece-me que estava com a disposição perfeita para ler este.

Classificação: 9/10 - Excelente

[Para aqueles que leram, encontrei questões muito interessantes de análise do livro. Curiosamente, algumas eu até me perguntei mim mesma]

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Club Dead, Charlaine Harris

Sinopse: Bill corre perigo e é o sensual Eric que ajuda Sookie a encontrá-lo. Mas quando Sookie descobre Bill - num acto de traição - ela não tem a certeza se o quer salvar... ou afiar estacas e dar cabo dele.
Há apenas um vampiro com a qual Sookie Stackhouse está envolvida, pelo menos de forma voluntária, e esse vampiro é Bill. Mas recentemente, ele tem estado um pouco distante. E noutro Estado. Eric, o seu chefe sinistro e sensual, julga saber onde encontrá-lo e, quando dá por isso, Sookie está a caminho de Jackson, no Mississippi, para se infiltrar no submundo do Clube de Sangue. Este clube é um local perigoso onde a sociedade vampírica se reúne para descontrair e beber um copo de O positivo. Mas quando Sookie finalmente descobre Bill - apanhado num acto de traição séria - ela não tem a certeza se o quer salvar... ou afiar estacas. (Sinopse da edição portuguesa da saída de emergência)



A Minha opinião: Antes de opinar sobre o livro propriamente dito, queria deixar algumas coisas bem claras.
1º Estou extremamente embrenhada neste mundo. Esta série é uma das minhas preferidas e só por isso é que consegui ao mesmo tempo que acabava o terceiro livro, ver a primeira temporada toda da série em 3 dias. (Já agora, só a posso recomendar, uma das melhores adaptações que já vi de livros.)
2º Apesar de ter lido os dois primeiros livros em português, decidi agora passar a lê-los em inglês. Resultado: Adorei.

Como já tinha falado anteriormente, a escrita é muito acessível e só por isso é que me atrevi a lê-lo em inglês. Afinal de contas, não quero perder nada daquilo que estou a ler. Felizmente, o meu palpite revelou-se correcto e atrevo-me a dizer que gosto muito mais da versão original. Isto porque é muito mais fácil assim estar dentro da cabeça de Sookie e revelou-se (ainda) mais divertido de ler.
Especificamente sobre este terceiro volume, apenas tenho a dizer que a autora manteve a qualidade. A leitura, como habitual, é agradável, divertida, original e viciante, sendo muito difícil desligar da história. Uma leitura leve, que se lê num instante.
Para finalizar, apenas tenho a dizer que adorei o facto de não termos quase Bill, mas sim Eric (yay!). Têm de compreender que senti uma certa afinidade com Eric logo no primeiro livro :)

Classificação: 8/10 - Muito Bom

Saga Sangue Fresco - opiniões :

Sangue Fresco -  2 Dívida de Sangue - 3 Clube de Sangue - 4 Sangue Oculto - Sangue Furtivo 6-Traição de Sangue 7- Sangue Felino


sexta-feira, 9 de julho de 2010

Livros na língua original

Caros leitores,

hoje mesmo acabei de ler Club Dead, de Charlaine Harris, na sua língua original, inglês.
Ainda que não tenha sido a primeira obra que li nesta língua, foi a primeira com um carácter ficcional em que a linguagem utilizada era mais, digamos, literária.

Obviamente que tenho a noção de que não sou uma falante nativa de inglês, por isso comecei com uma escritora com uma linguagem acessível. No entanto, não consigo, infelizmente, ficar tranquila em perceber as palavras desconhecidas pelo contexto, tenho de saber o verdadeiro significado das mesmas. Desta forma, só li o livro em casa e ao lado de um dicionário.

Apesar da minha velocidade de leitura ter diminuído drasticamente, foi uma experiência muito positiva. Ao ler o livro um pouco mais devagar, apercebi-me de pormenores que, se estivesse a ler em português, me teriam passado ao lado; aprendi imensas palavras, e até tive a oportunidade de as assimilar, pois reparei que a autora as repete bastante, visto o livro estar escrito numa linguagem não muito rebuscada.

A voz da escritora parece que mudou. Li os primeiros dois livros em português, e agora neste, tudo me parece um pouco mais vivo, interessante, não sei se por estar mais atenta à escrita e aos trocadilhos, mas se por estar a ler na língua original.

De qualquer das formas, sinto que é uma excelente experiência e apesar de não poder ler à velocidade que desejaria, penso que ganho muito mais, até porque após o choque inicial, a minha leitura foi muito mais fluente na segunda metade do livro e precisei de muito menos interrupções.

E vocês, contem-nos as vossas experiências/ manias/ hábitos quando lêem noutras línguas!