sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

A Sul da Fronteira, a Oeste do Sol, de Haruki Murakami

Sinopse: Na primeira semana do primeiro mês do primeiro ano da segunda metade do século XX, ao protagonista, que também faz as vezes de narrador, é dado o nome de Hajime, que significa «início». Filho único de uma normal família japonesa, Hajime vive numa província um pouco sonolenta, como normalmente todas as províncias o são. Nos seus tempos de rapazinho faz amizade com Shimamoto, também ela filha única e rapariga brilhante na escola, com quem reparte interesses pela leitura e pela música. Juntos, têm por hábito escutar a colecção de discos do pai dela, sobretudo «South of the Border, West of the Sun», tema de Nat King Cole que dá título ao romance. Mas o destino faz com que os dois companheiros de escola sejam obrigados a separar-se. Os anos passam, Hajime segue a sua vida. A lembrança de Shimamoto, porém, permanece viva, tanto como aquilo que poderia ter sido como aquilo que não foi. De um dia para o outro, vinte anos mais tarde, Shimamoto reaparece certa noite na vida de Hajime. Para além de ser uma mulher de grande beleza e rara intensidade, a sua simples presença encontra-se envolta em mistério. Da noite para o dia, Hajime vê-se catapultado para o passado, colocando tudo o que tem, todo o seu presente em risco.

A minha opinião: Que livro! Já queria há algum tempo ler um livro de Murakami. Depois de ver tantas opiniões tão boas, já esperava surpreender-me, contudo, acho que não estava à espera de que fosse assim tão bom.

Antes de mais, o título:
A Sul da Fronteira, a Oeste do Sol. É tão bonito, não é? Uma pequena frase, que além de chamar a atenção, soa como uma pequena melodia para ouvir ao final do dia. Lindíssimo. Neste caso, pode-se julgar a escrita pelo título. Murakami escreve de uma forma magnífica. É difícil exemplificar o quão maravilhoso é ler uma pequena parte do livro, até porque a minha vontade quando o acabei, foi lê-lo de novo. Isto porque a escrita de Murakami é para mim, como uma paisagem. É tão natural, tão bela, que inebria todos os sentidos. Tem descrições tão maravilhosas, que nós podemos ver as coisas com pormenor e ainda assim dar o nosso toque pessoal ao que imaginamos. Eu até vos mostro só uma frase:

"Um sorriso que parecia uma leve brisa soprando de algum lugar distante."

Eu adorei todas as comparações que ele fazia à natureza. É realmente um prazer ler Murakami. E este foi o primeiro livro, mal posso esperar por ler outro!

Quanto à história, é simples, mas ao mesmo tempo, profunda e consegue cativar o leitor. Houve inúmeras alturas em que eu me sentia de tal forma envolvida na história que o meu estado de espírito coincidia com o da personagem principal. É inacreditável, como me envolveu assim. Penso que se não fosse a escrita, não me sentiria tão agarrada ao que estava a acontecer.

Enfim, só posso acabar dizendo que estou ainda fascinada pelo que li e que para primeiro livro de 2010, penso que comecei de uma forma excelente!

Classificação : 9/10 - Excelente

4 comentários:

Tiago Mendes disse...

Eu adorei este livro. Apetece-me reler cada vez que olho para ele, e recordo com saudade os dois dias em que o li de rajada, agarrado à história sem me conseguir afastar dela.

Foi sem dúvida uma óptima escolha para começares o ano ;)

Bom fim de semana!

Tatiana Moreira disse...

vocês matam-me! de sede de livros!! querotanto ler este autor!!! :S

Catherine disse...

O Chá da Meia- Noite aconselhou-me este blog e posso dizer desde já que foi uma óptima dica! ;) encontrei aqui livros que me despertaram imensa curiosidade!

Encontrei aqui literatura policial que adoro. A propósito, Tess Gerritsen também faz parte das preferências?

beijinho,

Catherine

Jacqueline' disse...

Tiago, foi mesmo. Não posso parar de agradecer pela excelente sugestão.

Tatiana, vou considerar isso um elogio :) Espero que continuemos a desempenhar bem essa função!

Catherine, obrigada. Nunca li essa autora, ja fui pesquisar e fiquei com alguma curiosidade :)