sábado, 6 de novembro de 2010

Colecção Filosofia aberta

Caros leitores,

Iniciei em Setembro a minha aventura pelo mundo da filosofia. Logo na primeira aula, a professora recomendou à turma dois livros da colecção Filosofia Aberta - Que quer dizer tudo isto? - Uma iniciação à filosofia, de Thomas Nagel e Elementos básicos da filosofia, de Nigel Warburton. A princípio, não tencionava lê-los, pois temia que fossem aborrecidos e demasiado filosóficos. Aí, caros leitores, encontrava-se um preconceito que se revelaria totalmente falso, como poderão ver na opinião que se segue.


Li primeiro Que quer dizer tudo isto? , porque era bem pequeno (tem cerca de 100 páginas). Desta forma, se não gostasse, não seria um martírio acabá-lo. Ao contrário do que estava à espera, gostei muito da leitura. Apesar de não ter qualquer referência - afinal de contas foi o primeiro livro de filosofia que li e não tenho quase conhecimentos sobre a área - achei que o livro estava muito acessível para quem está a começar a estudar filosofia e clarifica o leitor em vários aspectos relacionados com algumas questões filosóficas. Não consigo avaliar se a linguagem foi a mais correcta a nível filosófico, mas foi uma leitura que me ajudou bastante a perceber o que era a filosofia e a descobrir o que é pensar filosoficamente, o que claro, facilitou depois a compreensão dos conteúdos para o teste. Aconselho, por isso, a todos os que iniciam o estudo da filosofia. Troquei-o inclusivamente com algumas pessoas na mesma fase e elas acharam o mesmo - "É pequeno, lê-se bem e clarifica alguns conceitos. Resumidamente, é interessante." O objectivo não é que o leitor fique a saber tudo sobre o que diziam Sócrates e Platão, mas que simplesmente se questione e mude um pouco a sua maneira de pensar. Excelente para uma primeira abordagem à filosofia.


Em relação ao segundo, este é maior - tem aproximadamente 270 páginas - pelo que é mais detalhado, abordando mais temas do que o anterior, como a arte, a política e a ciência, o que resulta numa leitura introdutória um pouco mais densa. Aconselho este aos iniciantes que realmente estão interessados em saber mais sobre a filosofia, mas não como primeira abordagem. Não sei se isto é comum em livros de filosofia, mas gostei bastante da estrutura do livro : apresentação do tema, posições defendidas por diversas entidades e seus argumentos, contra-argumentos, teoria mais aceite, breve conclusão e leituras complementares. À semelhança do anterior, a linguagem é muito clara e acessível e deixa o leitor elucidado em relação aos temas de que trata - os elementos básicos da filosofia.


Aqui ficam as sinopses dos dois livros:

O que quer dizer tudo isto? , de Thomas Nagel


Sinopse: Qual o sentido da vida? E a natureza da morte? Quais os fundamentos da ética? Existe mundo exterior? Seremos realmente livres? "Escreve-se acerca destes problemas há milhares de anos, mas a matéria-prima filosófica vem directamente do mundo e da nossa relação com ele, e não de escritos do passado" , afirma o autor na introdução.


Fiel à melhor tradição filosófica, Thomas Nagel oferece-nos agora uma esplêndida introdução aos principais problemas, teses e argumentos da filosofia, colocando a ênfase na capacidade de levantar questões, traçar distinções e formular hipóteses, exercendo assim a faculdade crítica da razão, que é, afinal, a própria função da filosofia.


Elementos básicos da filosofia, de Nigel Warburton

Sinopse (do site da Gradiva): Essencial para o secundário e o superior. A filosofia da religião, a Ética, a filosofia política, epistemologia e metafísica, filosofia da ciência, filosofia da mente, filosofia da arte. Mais uma obra para que professores e estudantes possam enfrentar e mudar a deplorável situação do ensino da filosofia no nosso país. E para o público em geral que queira pensar criticamente sobre os grandes temas que interessam a todos, como a eutanásia ou a democracia.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

O contrabaixo, de Patrick Süskind

Sinopse: Imagine que se encontra numa sala à prova de som, o seu quarto por exemplo. E aí, rodeado de tudo o que lhe pertence, objectos com os quais se habituou a conviver e que ajudam a delimitar o campo da sua individualidade se lembra de um dia contar aos outros como é vivida a sua solidão… É mais ou menos num cenário como este que um contrabaixista de uma orquestra nacional alemã, tendo como interlocutor o público teatral, confidencia em livre associação de ideias, sarcástico e pleno de uma ironia amargurada, o seu amor não revelado por Sara, uma cantora de ópera. Só que esta relação platónica dificilmente se poderá tornar realidade. E isto por causa do contrabaixo, o instrumento musical que uma orquestra que se preze não pode dispensar. Além disso, o instrumento mais arcaico ainda existente, aquele que melhor se ouve quanto mais afastados estivermos dele e quanto ao aspecto externo, um instrumento de natureza hermafrodita. Parecendo-se com uma gigantesca rabeca na parte inferior, enquanto na parte superior se aproxima de uma não menor viola de gamba. Desajeitado e incómodo o instrumento é para este contrabaixista o maior empecilho a um grande e profundo amor. Exemplificado assim o isolamento em que vive esta personagem curiosa, é pela sua boca ainda que penetramos na história da música e dos músicos, para nos confrontarmos com uma brilhante crítica à sociedade contemporânea.

A Minha opinião: [Antes de se questionarem, não, não li O Perfume, pelo que não poderei de todo comparar este pequeno livro com a obra mais conhecida do escritor.]

O Contrabaixo foi um daqueles livros de que nunca teria tomado conhecimento se não fossem os blogs de leitura que habitualmente visito. Após duas críticas que me deixaram bastante curiosa, decidi lê-lo ainda antes d' O Perfume. O resultado: muito positivo.

Dada a extensão do livro não esperava uma grande obra-prima, no entanto, fiquei muito surpreendida. Os ingredientes do livro eram perfeitos para uma apaixonada pela música (e sua história) que por acaso até tocou violoncelo. De certa forma, já estava à espera de gostar, de uma maneira ou outra teria de identificar o contrabaixista com algumas almas de músicos que tenho encontrado pelo caminho. No entanto, isso não foi o único de que gostei. A escrita era muito boa e apesar da personagem ir deambulando por vários temas, tudo parecia natural, real. Além disso, todo o cenário estava muito interessante. O monólogo do contrabaixista e os seus devaneios juntamente com os trechos musicais que ele e eu iamos ouvindo resultaram num cenário muito realista, em que o leitor como que está ali a ouvir os seus pensamentos, identificando-se com alguns, querendo refutar outros, mas sem poder fazer nada a não ser ouvir o pobre homem.

Apesar de ter lido o livro de uma perspectiva um pouco musical, uma pessoa menos ligada à música poderá disfrutar deste livro, a julgar pelas opiniões que li (esta e esta) e também porque não é necessário ter conhecimento musical para perceber as metáforas que vão aparecendo ao longo do monólogo do contrabaixista. Afinal de contas, como ele próprio diz, a orquestra nada mais é do que uma imagem da sociedade humana.

Uma pequena leitura que se lê de um fôlego, mas não por isso menos interessante.

Classificação: 7/10 - Bom

sábado, 16 de outubro de 2010

Sangue-Do-Coração

Sinopse: Uma floresta assombrada. Um castelo amaldiçoado. Uma jovem que foge do seu passado e um homem que é mais do que parece ser. Uma história de amor, traição e redenção.

Whistling Tor é um lugar de segredos, uma colina arborizada e misteriosa que alberga a fortaleza de um chefe tribal cujo nome se pronuncia na região com repulsa e amargura. Há uma maldição que paira sobre a família de Anluan e o seu povo; os bosques escondem uma força perigosa que prenuncia desgraças a cada sussurro.
No entanto, a fortaleza solitaria é um porto seguro para Caitrin , uma jovem escriba inquieta que foge dos seus próprios fantasmas. Apesar do temperamento de Anluan e dos misteriosos segredos guardados nos corredores escuros, este lugar há muito temido providencia o refugio de que ela tanto precisa. À medida que o tempo passa Caitrin aprende que há mais por detrás do atormentado jovem e dos estranhos membros do seu lar do que ela pensava. Só através do seu amor e determinação é que a maldição poderá ser desfeita e Anluan e a sua gente libertados...

A minha opinião: Em primeiro lugar devo dizer que este livro me surpreendeu bastante, pois estava à espera de encontrar uma tipica "história Juliet Marillier", e no entanto deparei-me com um conto de encantar, que em muito faz lembrar uma mistura de histórias Disney, A Bela e o Monstro e Cinderela.
Pessoalmente penso que Juliet terá tentado dirigir este livro a um público mais jovem, adolescente, acrescentando assim um cheirinho das modas de hoje em dia: um amor impossível entre uma humana e uma criatura sobrenatural. Mas, se são como eu e desprezam todo o tipo de livro que tente, de certo modo, "imitar" a tão conhecida Saga Twilight, de Stephenie Meyer, não se deixem enganar! Sangue-Do-Coração apenas tem um "flavour" de toda esta loucura adolescente, o suficiente para nos cativar a entrar em Whistling Tor e nos manter prisioneiros no castelo de Anluan até ao fim da narrativa.

Caitrin é uma jovem rapariga, bonita mas de figura ligeiramente cheia.
Depois da morte de seu pai a irmã de Caitrin vai viver com o marido para longe da sua aldeia natal, e deixa Caitrin aos cuidados da tia. Rapidamente, Caitrin descobre que a tia só está interessada na herança que o pai lhe deixou, tentando que esta se case com o seu filho.
Devido às suas resistências e tentativas de manter a dignidade a rapariga é maltratada pelo primo, um homem violento que limita a sua existencia à ganância pela herança de Caitrin. Na tentativa de pôr um ponto final na situação, Caitrin foge de casa, deixando assim a aldeia para trás.
Após as dificuldades da sua viagem atribulada, Caitrin dá por si numa povoação muito estranha, onde as pessoas nutrem um profundo ódio pelo seu chefe tribal, tomando-o como um homem inútil. Todo o tipo de histórias lhe são contadas acerca de Whistling Tor, e Caitrin acaba por ficar curiosa, embora tenha algumas dificuldades em acreditar em tudo o que lhe dizem.
O caminho de Caitrin acaba por se cruzar com o de Anluan, o detestado chefe tribal, quando este lhe oferece um trabalho como escriba, durante o Verão.
Dia após dia, Caitrin vê-se envolvida no manto de mistério que cobre Whistling Tor em forma de nevoeiro.
Esta é a história de uma jovem, que aos poucos vai descobrindo os segredos do seu chefe tribal e que com amor e esperança o ajuda a derrotar os demónios do passado, vencendo uma batalha que há muito se julgava perdida.

Esta é uma leitura ligeira, que recomendo a todos, um livro que me apaixonou, ainda que não fosse o que estava à espera.

Classificação: 7/10 - Bom

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O Bailarino, de Colum McCann

Sinopse: Um camponês russo que se tornou numa lenda internacional, um exilado da Guerra Fria que inspirou a adoração de milhões, um artista cujo nome era sinónimo de génio, sexo e excesso. A magnificência da vida e do trabalho de Rudolf Nureyev é conhecida, mas agora Colum McCann, no seu mais ambicioso e ousado romance até à data, reinventa esta figura fortemente erótica através da luz que ele espalhou nas vidas daqueles que o conheceram. Atravessando quatro décadas e muitos mundos, desde os horrores de Estalinegrado ao feroz abandono da garrida Nova Iorque dos anos 80, O Bailarino é povoado por um grande número de personagens, obscuras e famosas, reais e imaginadas: Anna Vasileva, a primeira professora de ballet de Rudi; Victor, o gabarolas venezuelano que lhe revela o sinistro círculo de celebridades homossexuais; Margot Fonteyn e John Lennon; sapateiros, enfermeiros e leiloeiros da Sotheby. E no coração,o artista: cheio de vontade, lascivo, sensual, ambicioso e guiado por uma nunca satisfeita necessidade de perfeição. Escrevendo de uma forma absorvente, Colum McCann evoca o homem e reflecte sobre o mito. O resultado é uma monumental história de amor, arte e exílio.

A Minha Opinião: Lição a aprender - por muito que um livro nos tenha sido veemente aconselhado por uma pessoa com gostos mais ou menos parecidos com os nossos, nunca, mas mesmo nunca se deve ler o livro sem ler a sinopse. Se eu o tivesse feito, teria percebido que este livro não era para mim.
A verdade é que pouco tenho a dizer sobre o livro e o que tenho, são tudo altos e baixos. Se por um lado adorei a escrita do autor, as mudanças de narrador, as cartas que apareciam pelo meio, frases que pareciam não ter fim e acabavam por nos fazer sentir como a personagem, enfim uma série de coisas que me prenderam desde o início, por outro, houve partes em que a escrita foi simplesmente enfadonha e eu só lia sem saber o que estava a ler. Pior, também não tinha grande interesse em sabê-lo.
Ainda que a história seja sobre o bailarino Nureyev, raras são as vezes em que ele é o narrador, na maior parte, são outras personagens a contar a sua própria história na qual vamos sabendo o que é feito de Nureyev. Gostei desse facto, no entanto, mais uma vez, senti uma grande inconsistência no livro. Houve momentos em que, de facto, adorava o que estava a ler e li essas partes num ápice, noutros momentos, era quase um suplício, principalmente na parte de Victor - essa passei à frente.
Algumas vezes senti repugnância em relação à figura de Nureyev em si e isso condicionou a minha opinião em relação a O Bailarino, mas a verdade é que em várias alturas desejava ler sobre as outras personagens e não Nureyev.
Bem sei que esta crítica está horrível, mas a verdade é que (desculpem o termo) não me apetece nada falar mais sobre este livro. Demorei tanto tempo a lê-lo, que me encontro ligeiramente zangada comigo própria por não ter desistido dele. No entanto, também reconheço que por estar muito bem escrito, o autor transportou-me para a Rússia da segunda metade do século XX de uma forma magnífica e isso, embora me custe admitir, foi algo que desfrutei muito.
Enfim, que desilusão.

Classificação:
5/10 - Razoável

(Esta opinião é MESMO pessoal. Tenho a certeza que admiradores de Nureyev e outras pessoas que estejam realmente interessadas na sua história ficarão encantados com este livro)

sábado, 25 de setembro de 2010

Dia José Saramago no CCB

Para os fãs de José Saramago, este domingo, dia 26 de Setembro, o CCB dedica um dia esclusivo ao escritor.

A entrada é livre e o programa consiste num passeio pedonal, em leituras de excertos de algumas das suas obras, conversa com o editor de José Saramago e visualização do filme Ensaio sobre a Cegueira, de Fernando Meirelles.




Por acaso algum dos leitores participou num dia semelhante de de outro escritor no CCB?


Excelentes Leituras :)

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

El Tiempo entre Costuras (O Tempo entre Costuras), de María Dueñas

Sinopse: «O Tempo entre Costuras» é a história de Sira Quiroga, uma jovem modista empurrada pelo destino para um arriscado compromisso; sem aviso, os pespontos e alinhavos do seu ofício convertem-se na fachada para missões obscuras que a enleiam num mundo de glamour e paixões, riqueza e miséria mas também de vitórias e derrotas, de conspirações históricas e políticas, de espias.
Um romance de ritmo imparável, costurado de encontros e desencontros, que nos transporta, em descrições fiéis, pelos cenários de uma Madrid pró-Alemanha, dos enclaves de Tânger e Tetuán e de uma Lisboa cosmopolita repleta de oportunistas e refugiados sem rumo.


A Minha Opinião: Quando me encontrava numa fnac madrilena, o único que procurava era um livro em Espanhol para oferecer à minha mãe que eu gostasse de ler quando ela o acabasse.

A escolha d' El Tiempo entre Costuras não poderia ter sido a mais certa. Apesar de estar um pouco receosa pelo marketing envolvido, após lê-lo concordo que o livro é sem dúvida é merecedor de tal destaque.

El Tiempo entre Costuras apresenta-nos uma história interessantíssima contada em 1ªpessoa por Sira Quiroga, uma jovem madrilena da primeira metade do século XX que desde cedo apresenta um talento para a costura e cuja vida é repleta de personagens autênticas, lugares tão próximos e ao mesmo tempo tão longínquos e experiências que nos agarram desde a primeira frase: "Una máquina de escribir reventó mi destino".

Muitas vezes faço a comparação da leitura de alguns livros com um rio e este é um excelente exemplo disso. Desde o início até ao final vamos embalados pela corrente, pelo que até nem precisamos de nos surpreender a cada minuto, pois os pormenores mais quotidianos do dia-a-dia da protagonista satisfazem-nos plenamente. É claro que uma escrita fluída ajuda, como é o caso da de María Dueñas, mas o enredo é também ele muitíssimo agradável de seguir. A dinâmica do livro é maravilhosa e as personagens simplesmente magníficas. É curioso como todas têm um papel tão importante e são uma presença tão sólida na vida de Sira e depois lentamente ou de repente o seu caminho separa-se do da protagonista para nunca ou mais tarde se reencontrarem. Tão parecido com o decorrer de uma vida, que é impossível não encontrar nestas personagens semelhanças a pessoas que conhecemos ou até connosco próprios.

Os acontecimentos que acompanhamos são igualmente fantásticos. Como referi, não são sempre algo absolutamente surpreendente - muitas coisas na vida não o são - mas as experiências de Sira são tão variadas e extremamente viciantes o que nos deixa ansiosamente à espera de pegar no livro de novo para ler só mais um bocadinho.

A nível de romance este livro já tem tanto. A nível de romance histórico ultrapassou qualquer expectativa que tinha. As descrições do protectorado espanhol são de puro deleite, a realidade de um Madrid destruído pela guerra parece demasiado real. À medida que avançamos na história seguimos Sira de Madrid a Tetuán a Tanger ou Lisboa e vê-la de forma tão vívida a percorrer as suas ruas faz-nos difícil não imaginar quase com exactidão aquele cenário.

Apesar de alguma parte da sua vida ser passada com a Guerra Civil Espanhola esta não é o ponto fulcral deste livro, no entanto são-nos dados a conhecer vários aspectos da guerra e principalmente dos anos seguintes ( a influência britânica por um lado e a germânica por outro) que eu desconhecia por completo.

Confesso, no entanto, que fiquei um pouco desiludida com o final. Para um grande livro queria um final que o correspondesse, mas não foi essa a sensação com que fiquei quando o acabei. Ainda assim, o final não retirou o prazer que tive ao ler este livro, ainda que um bolo delicioso mereceria no topo uma cereja um pouco maior.

A minha mãe e eu aconselhamos vivamente.

Classificação : 9/10 - Excelente

sábado, 11 de setembro de 2010

Sopro Do Mal, de Donato Carrisi

Sinopse: Seis braços enterrados. Seis crianças desaparecidas. Um serial killer brilhante e monstruoso, que instiga outros a matar por si.
O criminologista Goran Gavila e a sua equipa de investigação são chamados a intervir, procurando descobrir um assassino que constantemente parece pô-los à prova.
Mila Vasquez, investigadora especializada em encontrar pessoas desaparecidas, entra em cena e junta-se à caça do homicida.
Mas cada passo que dá é, na verdade, controlado por uma mente genial e implacável. Tudo se passa como nun diabólico jogo da verdade, como se o Mal trouxesse consigo uma mensagem.

A minha opinião: Este é um fantástico livro, de Donato Carrisi.
Apesar de nuncar ter ouvido falar do autor e de o livro me ter sido oferecido no meu aniversário, logo não foi uma escolha minha, devo dizer que fiquei bastante impressionada! Na realidade, quando li a sinopse não estava nada à espera que este livro me interessasse, e não fiquei com grandes espectativas, no entanto, este revelou-se uma grandiosa surpresa! Que tremenda felicidade, saber que os novos autores são capazes de escreverem livros tão inteligentes quanto este!

A história passa-se à volta da personagem principal, a agente Mila Vasquez, que investiga o caso de seis raparigas raptadas, juntamente com novos colegas de equipa.
A equipa de investigação encontra seis braços enterrados, provas de crimes maquievélicos, cometidos por um serial killer, que mais tarde viriam a descobrir ser um homem com uma mente brilhante.

Durante toda a acção, o serial killer, a quem chamam de "Albert" em memória de um caso antigo, monta um perigoso jogo para a equipa de Gavila, da qual Mila agora faz parte. Todas as pistas são dadas aos investigadores porque o assassino assim o quer, mas nada é dado sem antes se serem revelados grandes segredos acerca de pessoas que passariam muito bem por inocentes. O objectivo do assassino é mostrar que não escolheu as meninas que matou, mas sim as famílias das crianças.

Pedófilos, assassinos, cumplices em crimes, parasitas*, padres, milionários, todos fazem parte deste mundo, e por vezes estão mesmo ao nosso lado. Será que conhecemos realmente bem o nosso vizinho da frente? E o padeiro? A mulher que vai sentada ao nosso lado no autocarro, será quem aparenta ser? É isto que o nosso autor nos quer transmitir: "Estamos ao lado de pessoas de quem pensamos saber tudo, mas de quem não sabemos nada..." - Goran Gavila
Segredos horriveis são revelados, e o jogo continua, todas as raparigas estao mortas, excepto a sexta.

Na ânsia de correr contra o tempo e salvar a sexta rapariga, Mila não se apercebe que está a ser enganada pelo colega em quem mais confia, e quando finalmente a realidade se dispõe diante dela, Mila nem quer acreditar, que, durante todo aquele tempo, todas as partilhas entre ela e Gavila foram uma completa farsa. E ali está! A resolução do crime, mesmo à frente dos seus olhos!

Esta foi uma fantástica leitura, com um final nada esperado.
Os meus sinceros parabéns a Donato Carrisi pelo maravilhoso contributo para a cultura do Mundo!

*parasitas - aqueles que se apoderam da casa de outros, muitas vezes havendo sequestro da familia na própria casa.

Classificação: 9/10 - Excelente

PS: Um grandioso "Olá!" a todos os leitores! Que saudades, companheiros!

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O Despertar da Magia, de George R. R. Martin

Sinopse: A guerra pelos Sete Reinos continua e a batalha pela capital de Porto Real é a mais sanguinária de sempre. A frota de Stannis Baratheon vê-se encurralada em frente à cidade enquanto barcos carregados de fogovivo são enviados contra ela. Mas os sobreviventes conseguem levar o combate até às muralhas da cidade e todos os sitiados terão de lutar pela vida. Só quando os exércitos dos Tywin e dos Tyrell chegam, um dos lados será definitivamente esmagado. Mas num mundo de traições constantes, quem será que eles irão apoiar?
No Norte, os Stark estão entre a espada e a parede. Várias das suas fortalezas são atacados pelos temíveis homens de ferro e até o castelo de Winterfell é conquistado pelo traidor Theon Greyjoy. Bran e Rickon conseguem fugir, acompanhados por Hodor e alguns companheiros, mas que futuro terão duas crianças numa terra ameaçada pelo Inverno?
Para lá da Muralha, Jon oferece-se para acompanhar um grupo de batedores enviado para encontrar os selvagens, enquanto a principal força da Patrulha da Noite se fortifica junto às montanhas. Mas as coisas correm mal e Jon terá de escolher entre a morte... ou a traição aos seus irmãos!


A minha opinião: Mais um excelente volume das Crónicas do Gelo e do Fogo. Confesso que não correspondeu de todo às minhas expectativas iniciais, pois pensei que este volume iria seguir um certo rumo. No entanto, George R. R. Martin seguiu outro completamente diferente e ainda bem.

A história continua excelente.
A acção prendeu-me muito mais neste volume do que no anterior, as personagens (não só as principais como as secundárias) continuaram a surpreender-me e a qualidade das suas histórias manteve-se.

Além disso, a meu ver, o género (medieval?) fantasioso de Martin ainda melhorou, pela presença de mais elementos de fantasia, o que foi fabuloso. Precisamente por esse "despertar" da magia
- ela sempre esteve lá, mas só agora foi revelado um pouco da mesma - adorei este livro. Apenas fiquei desiludida com a parte da batalha propriamente dita, a descrição não me prendeu especialmente, à excepção de algumas passagens.

E por último, porque falar em Martin sem falar das suas maravilhosas personagens seria estranho nas minhas opiniões, vou começar por Jon. A par de Arya, estas duas são as minhas personagens preferidas. Neste volume em particular, a história de Jon foi a que mais gostei e pelo aquilo que li, estou extremamente curiosa para saber como se vai comportar no exército de Mance Ryder.

Arya. Identifico-me tanto com esta personagem! Nestes 3º e 4º volumes, a sua evolução foi enorme, a história dela tem tanto potencial e foi das que mais gostei de acompanhar ao longo da saga. Não sei o que vai acontecer, mas espero que continue a agarrar-me tanto como tem agarrado.

Tyrion. Perdoem-me, mas fiquei um pouco desiludida pois estava à espera que morresse na batalha. Ainda assim, nestes dois volumes teve um papel fulcral e o seu futuro intriga-me.

Bran. As
minhas opiniões sobre esta personagem têm variado ao longo dos livros. Depois de estar aleijado confesso que perdi algum interesse, mas parece-me que agora vai ser uma personagem muito mais interessante . A partir de agora, a história dos lobos intriga-me ainda mais. Adorei quando eles apareceram no início do primeiro volume e senti logo aí que eram únicos, mas neste momento, parece-me que são ainda mais especiais.

Daenerys. Uma das personagens que mais gostei no 1º e 2º volumes, mas agora sinto que não foi tão desenvolvida como estava à espera. Espero que no próximo livro me surpreenda pela positiva.

Enfim, como podem reparar, estou muito entusiasmada com o rumo desta saga e com um enorme interesse em descobrir o significado de tantas pontas soltas deixadas por George R. R. Martin neste livro. Esta saga é mais do que aconselhada.

Classificação: 8/10 - Muito Bom

[As partes a branco contêm spoilers]

domingo, 22 de agosto de 2010

A Fúria dos Reis, de George R. R. Martin

Sinopse: Quando um cometa vermelho surge nos céus de Westeros encontra os Sete Reinos em plena guerra civil. Os combates estendem-se pelas terras fluviais e os grandes exércitos dos Stark e dos Lannister preparam-se para o derradeiro embate.
No seu domínio insular, Stannis, irmão do falecido Rei Robert, luta por construir um exército que suporte a sua reivindicação ao trono e alia-se a uma misteriosa religião vinda do oriente. Mas não é o único, pois o seu irmão mais novo também se proclama rei, suportado por uma hoste que reúne quase todas as forças do sul. Para pior as coisas, nas Ilhas de Ferro, os Greyjoy planeiam a vingança contra aqueles que os humilharam dez anos atrás.
O Trono de Ferro é ocupado pelo caprichoso filho de Robert, Joffrey, mas quem de facto governa é a sua cruel e maquiavélica mãe. Com a afluência de refugiados e um fornecimento insuficiente de mantimentos, a cidade transformou-se num lugar perigoso, e a Corte aguarda com medo o momento em que os dois irmãos do falecido rei avancem contra ela. Mas quando finalmente o fazem, não é contra a cidade que investem...
O que os Sete Reinos não sabem é que nada disto se compara ao derradeiro perigo que se avizinha: no distante Leste, os dragões crescem em poder, e não faltará muito para que cheguem com fogo e morte!



A minha opinião: Apenas quero deixar uma breve nota sobre este volume, pois vou agora mesmo começar O Despertar da Magia.

Achei que n' A Fúria dos Reis, o desenrolar dos acontecimentos se deu duma forma mais lenta. No entanto, como esta é a primeira metade do segundo volume original, é natural que a segunda tenha mais acção e rebente (quase) tudo o que foi preparado na primeira.

Ainda assim, o ritmo foi mais do que suficiente para me manter interessada, principalmente porque, para contrabalançar, notei que houve um grande desenvolvimento das personagens. (Não que eu pense que não o houve nos livros anteriores, mas como o ritmo da acção abrandou, houve espaço para as conhecer melhor). Por vezes, eram mais estas do que a própria história que me intrigavam e me deixavam curiosa pelas novas facetas que via nelas. Neste aspecto, as personagens que mais me prenderam foram Tyrion, Arya e Jon. Tyrion por sentir que finalmente o estamos a conhecer realmente (aquele duende só é pequeno na altura!), Arya porque ainda me intriga o que irá ser dela e Jon, enfim, porque sempre senti um carinho por esta personagem.

Mais uma vez, adorei o facto de cada capítulo ser dedicado a uma personagem. Isso fazia com que a acção se tornasse muito mais apelativa, até porque era difícil não querer espreitar o capítulo seguinte da personagem específica para ver o que lhe acontecia daquela vez.

A julgar por esta primeira metade, parece-me que a continuação irá ser espectacular.

[Porei a classificação quando acabar O Despertar da Magia]

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Dolores, de Jacqueline Susann

Sinopse: Era a mulher mais bela do mundo. Por amor ou por dinheiro, ela faria tudo. Fosse o que fosse. Primeira dama dos Estados Unidos! Era a mulher do Presidente e a mulher mais bela do mundo! A bala traiçoeira que assassinou o marido e a atirou para a viuvez, de um golpe tudo lhe roubou. Vestida de negro, arrastou por anos o fardo da sua tragédia e o peso do mito em que se transformara: a América fizera dela a sua princesa! Mas a solidão oprimia-a, e quando, por dinheiro, o homem que a amava a preteriu por amor da riqueza, ela não hesitou: aceitou a proposta de Erick, o grosseiro barão que lhe punha nas mãos uma das maiores fortunas do mundo. Libertara-se do mito, mas só depois viria a verificar que não vencera a solidão. Num romance tão vivo e conseguido como todos os que assinou, desde "O Vale das Bonecas" até "Uma Vez não Basta", Jacqueline Susann relata, com mão de mestre, uma história onde parecem reviver personagens e acontecimentos de que todos estão lembrados.

A minha opinião: Depois de ter lido da autora O Vale das Bonecas (reeditado pela Contraponto há pouco tempo) e ter simplesmente adorado, será difícil ler outro livro dela de que goste tanto.


A verdade é que se eu estivesse viva na altura em que estes romances foram publicados não gostaria deles, pois consideraria as histórias um pouco mundanas de mais, como considero agora muitos romances que por aí se escrevem. No entanto, passados agora 40 anos da sua publicação, as histórias tendo lugar nos anos 60 / 70, é essa mesma mundanalidade que me atrai, pois subitamente já não estou no século XXI, mas sim na América dos anos 60. Parece que, de repente, estou dentro de um filme dessa época.


Em Dolores, é-nos retratada a vida de Dolores, uma vida inspirada na de Jacqueline Kennedy. Tinha uma ideia do que significava Jacqueline para o povo americano. No entanto, desconhecia muitos pormenores da vida dela que subtilmente também faziam parte da vida de Dolores.


Na realidade, estava receosa para ler este livro e apenas o li porque era de Jacqueline Susann. A história tem vários dos ingredientes habituais de Jacqueline. Ainda assim, parece que estão em bruto e apesar de ter sido o seu último livro, denota uma qualidade inferior aos seus precedentes. No entanto, as páginas finais marcaram-me e mudaram ligeiramente a impressão que tive ao longo do livro.


Classificação: 5/10 - Razoável

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Duas Irmãs, Um Rei, de Philippa Gregory

Sinopse: Duas Irmãs, Um Rei apresenta uma mulher com uma determinação e um desejo extraordinários que viveu no coração da corte mais excitante e gloriosa da Europa e que sobreviveu ao seguir o seu próprio coração. Quando Maria Bolena, uma rapariga inocente de catorze anos, vai para a corte, chama a atenção de Henrique VIII. Deslumbrada com o rei, Maria Bolena apaixona-se por ele e pelo seu papel crescente como rainha não oficial. Contudo, rapidamente se apercebe de que não passa de um peão nas jogadas ambiciosas da sua própria família. À medida que o interesse do rei começa a desvanecer-se, ela vê-se forçada a afastar-se e dar lugar à sua melhor amiga e rival: a sua irmã, Ana. Então Maria sabe que tem de desafiar a sua família e o seu rei, e abraçar o seu destino. Uma história rica e cativante de amor, sexo, ambição e intriga.

A Minha Opinião:
As expectativas para este livro eram bastante elevadas, não só por ter gostado muito de Catarina de Aragão, A Princesa Determinada como também por ter adorado o filme quando o vi. Em Duas Irmãs, Um Rei, acompanhamos o caso das irmãs Bolena. Por um lado, Maria, a mais nova, uma alma generosa e obediente que se envolve com o rei por ser obrigada pela sua família e por outro, Ana, a mais velha, uma rapariga ambiciosa que não olha a meios para atingir os seus fins e que, por astúcia, acabará por casar com Henrique VIII. Gostei bastante de como Philippa Gregory retratou o percurso de vida de Ana Bolena e a sua influência no processo de distanciamento da Inglaterra da Igreja.

Como o título original (The Other Boleyn Girl) indica, a história é-nos contada não por Ana Bolena, como seria de esperar, mas pela outra rapariga Bolena, Maria, sua irmã. Achei uma ideia muito original por parte da autora, pois quando se fala desta altura fala-se principalmente de Ana Bolena.


Philippa Gregory é, de facto, talhada para escrever romances históricos. Por muito que sejamos conhecedores da época e dos acontecimentos relatados, a autora consegue dar-nos diferentes perspectivas dos mesmos, o que faz com que tenhamos uma ideia mais exacta/menos parcial daquilo que aconteceu e, ao fazê-lo, consegue agarrar-nos ao livro de uma maneira excelente.
Um excelente incentivo para continuar a ler a série de livros que tem sobre os Tudor.

Pelos dois livros que li dela, nota-se que nos dá uma perspectiva bem feminina dos acontecimentos relatados e estas têm personalidades fortes. Não sei se isto acontece na maioria dos seus livros, mas é algo que eu valorizo muito, pois dá-me assim a possibilidade de encarnar a personagem de uma forma quase real.


Ainda que, obviamente, o livro tenha um rigoroso fundo histórico, a autora conjuga os acontecimentos históricos com pormenores da sua autoria de uma forma perfeitamente credível, o que resulta numa história muito interessante.


Apesar das suas 600 páginas, este livro lê-se num instante para todos aqueles que, como eu, queiram mergulhar no mundo de Henrique VIII, percorrer os aposentos reais e ficar surpreendidos com tudo o que por lá poderá ter acontecido. A partir do momento em que estamos imersos no seu mundo, é difícil abandoná-lo.


Classificação: 9/10 - Excelente

domingo, 15 de agosto de 2010

Crime na Mesopotâmia, de Agatha Christie

Sinopse: Amy Leatheran é uma jovem enfermeira encarregada de acompanhar o casal Kelsey na sua viagem para Bagdadde. Finda a tarefa para a qual fora contratada, Amy prepara o seu regresso a Londres quando é inesperadamente contratada pelo Dr. Leidner, um arqueólogo de renome, para dar assistencia à mulher, Louise. De facto, Louise é uma pessoa extremamente nervosa e sofre de súbitos e incontroláveis ataques de pânico. No cenário longínquo de uma escavação arqueológica nas margens do rio Tigre, Amy conquista o afecto e a confiança de Louise, que lhe faz confidênciass sobre o seu passado e chama a atenção para os estranhos acontecimentos que ocorrem no acampamento e cuja origem é unanimemente atribuída aos seus próprios problemas nervosos. Mas depressa se torna óbvio que as suas suspeitas estavam correctas. E quando a tensão atinge o seu auge eis que surge o inigualável Hercule Poirot, numa oportuna viagem pela Mesopotâmia. Por entre um labirinto de segredos e mentiras, Poirot parece, desta vez, ter chegado tarde de mais.

A Minha Opinião: Enfim, Agatha Christie é Agatha Christie. É incrível a sua capacidade de nos surpreender mesmo que durante todo o livro estivessemos a fazer o papel de detectives.

O crime, desta vez, é cometido numa expedição arqueológica. Desde cedo gostei do cenário escolhido por Agatha Christie, assim como da voz da narradora, a enfermeira Amy Leatheran.

As personagens, como habitual, eram muito interessantes, especialmente Mrs. Leidner e atmosfera criada era incrivelmente arrepiante (okay, eu sou suspeita, gosto de ler estes livros numa altura um pouco tardia, portanto à partida tudo seria arrepiante, mas eu achei que sim).


Penso que, a nível de mistério, este foi igualmente espantoso ao do Crime no Expresso do Oriente e o desfecho igualmente surpreendente.


Duzentas páginas recheadas de mistério, cenário e personagens magníficos, bem ao estilo de Agatha Christie, impossíveis de largar até à junção de todas as peças do puzzle.

Classificação: 8/10 - Muito Bom

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

The Beach House, de Jane Green

Sinopse: One summer a group of strangers - each with their own reasons for wanting to step out of their busy lives - meet at a rented beach house in sunny Nantucket, owned by the mischievous and free-spirited Nan. There's Daniel, who's causing heartbreak for his wife Bee; recently divorced Daff, who feels she's lost touch with her daughter Jess; and Michael - Nan's son - who is having an ill-advised fling with his boss. With so many lost souls gathered under one roof, very soon there are tears and laugher, friendship and - for some - even love. Each one of them is hoping for a new beginning. But will any of them find it?

A minha opinião: Se não fossem as circunstâncias, eu nunca leria The Beach House. No entanto, estive num apart-hotel onde deixaram vários livros, e apesar deste não me ter suscitado especial interesse, achei que uma leitura de praia não iria ser má ideia e sempre praticaria o meu inglês.


The Beach House foi, sem dúvida, uma leitura de praia. Não posso dizer que tenha sido propriamente má, afinal de contas, manteve-me interessada e às vezes surpreendia-me, mas
a acção assemelhava-se totalmente à de uma história de novela/ filme de sábado à tarde. Simplesmente não é um género que me atraia, porém, reconheço que depois de ter lido efectivamente uma leitura mais soft, percebo o porquê de várias pessoas gostarem da mesma.
Apenas tenho a pontar que face a um começo bem desenvolvido, senti que o final foi apressado.

Não vale a pena alongar-me muito mais, até porque não sou de todo o público-alvo. Para o propósito - entreter e praticar o inglês - serviu. De certa forma é bom para desanuviar, pois a minha próxima leitura vai ser bem mais exigente.

Classificação: 5/10 - Razoável

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Catarina de Aragão - A Princesa Determinada, de Philippa Gregory

Sinopse: Catarina de Aragão nasce Catarina, Infanta da Espanha, de pais que eram reis e cruzados. Aos três anos, foi prometida ao príncipe Artur, filho herdeiro de Henrique VII de Inglaterra, e é educada para ser Princesa de Gales. Sabe que o seu destino é reinar sobre aquela terra distante, húmida e fria. A sua fé é posta à prova quando o futuro sogro a recebe no seu novo país com uma grande afronta; Artur parece ser pouco mais do que uma criança; a comida é estranha e os costumes vulgares. Lentamente, adapta-se à sua primeira corte Tudor, e a vida como mulher de Artur vai-se tornando mais suportável. Inesperadamente, neste casamento arranjado começa a nascer um amor terno e apaixonado. Mas, quando o jovem Artur morre, ela tem que construir o seu próprio futuro: como pode ser agora Rainha da Inglaterra e fundar uma dinastia? Só casando com o irmão mais novo de Artur, o alegre, mas mimado, Henrique. O pai e a avó de Henrique são contra; os poderosos progenitores de Catarina revelam-se de pouca utilidade. No entanto, Catarina é filha de sua mãe e o espírito lutador é indomável. Fará qualquer coisa para alcançar o seu objectivo; mesmo que tal implique contar a maior das mentiras, e mantê-la.

A Minha opinião: Escusado será dizer que as opiniões sobre os livros desta autora são mais do que boas e que eu, uma incondicional fã de história, estaria mais do que curiosa para ler os mesmos. A conselho da Papillon, decidi visitar os Tudors e mal posso esperar por regressar.

A figura central deste livro é Catarina de Aragão, a filha mais nova dos reis Católicos. A sua vida é-nos contada maravilhosamente por Philippa Gregory. Vemos primeiro Catarina como a Infanta de Espanha, de seguida, a sua vida quando chega a Inglaterra, os seus esforços para adaptar-se, o seu casamento, a sua viuvez, a ambição para alcançar o trono ao qual estava destinada e finalmente, quando se torna Catarina de Aragão, Rainha de Inglaterra. Acompanhamos assim o seu crescimento enquanto pessoa e as suas facetas de estrangeira, mulher e finalmente, governante.


Alternando entre um narrador ausente e um presente, temos a oportunidade de ver os acontecimentos tal como se passaram, mas também tudo aquilo que Catarina poderia ter pensado ou sentido quando estes tiveram lugar. Desta forma, tal como foi Catarina, somos surpreendidos por algumas acções de certas personagens, enquanto ficamos desiludidos com outras, pois estamos de tal forma absorvidos no desenrolar dos acontecimentos, que pensamos com ela.
Philippa Gregory consegue assim transportar-nos perfeitamente para o cenário da época.

A meu ver, o livro só peca no final. Após termos seguido toda a vida de Catarina com tanto pormenor, fiquei com pena que não a tenhamos seguido até ao seu fim. No entanto, este é o único defeito que posso apontar.
Mais uma vez, é muito interessante perceber que, ainda que na sombra, grandes mulheres conseguiram muito mais do que lhes seria, à partida, permitido. Catarina de Aragão fez justiça ao seu nome, como filha de uma das mais importantes mulheres do seu tempo, Isabel, a Católica.

Classificação: 8/10 - Muito Bom

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

A Trança de Inês, de Rosa Lobato de Faria

Sinopse: "Assim as mulheres passam umas às outras a sua teia ancestral de seduções, subentendidos, receitas que hão-de prender os homens pela gula, a luxúria, a preguiça e todos os pecados capitais, é por isso que elas nunca querem os santos, os que não se deixam tentar, os que resistem à mesa, à indolência, à cama, à feitiçaria dos temperos, ao sortilégio das carícias, à bruxaria das intrigas." Baseado no mito de Pedro e Inês (mais na lenda do que na História), um romance sobre a intemporalidade da paixão, onde se abordam também alguns mistérios da existência. Um romance que, se não dá nenhuma resposta, coloca ao leitor algumas inquietantes questões. Rosa Lobato de Faria, "Prémio Máxima de Literatura" com o seu romance anterior, O Prenúncio das Águas, confirma aqui, uma vez mais, o seu notável talento de escritora.

A Minha Opinião: Ao contrário da maioria dos livros que leio, este não era um livro que quisesse ler há muito tempo. O interesse surgiu numa conversa com a minha professora de português sobre a importância da expressão escrita face ao desenrolar da acção/ história. Acabou por aconselhar-me Rosa Lobato de Faria, não só pela sua belíssima prosa poética, mas também porque eu devia ler mais autores lusófonos, o que, como já devem ter reparado, é bem verdade.


Foi-me bastante difícil escolher o livro da autora pelo qual começar. Os títulos apelavam-me todos, mas acabei por escolher A Trança de Inês, um pouco pela minha curiosidade em saber como abordaria Rosa Lobato de Faria esta célebre história de amor.


Ainda que pequeno, o livro é maravilhoso. A sensação com que ficamos ao acabar de lê-lo é de puro fascínio pela qualidade da escrita do que acabamos de ler, pela beleza da história, pela forma como somos imersos nos pensamentos e no universo do protagonista, Pedro.
Quaisquer preconceitos ou receios que tivéssemos à partida, desvanecem-se. A história lê-se muito bem, pois a abordagem feita pela autora ao romance de Pedro e Inês é magnífica. O livro absorve-nos desde o início até ao final e mesmo assim, a minha vontade ao acabar de lê-lo era recomeçar. Somos simplesmente presos por este romance que rompe a ténue linha que separa passado, presente e futuro.

Este é um dos poucos livros em que se pode abrir uma página ao acaso e ler algo esplêndido.
Quando o acabei, percebi que me tinha preenchido por completo. Eu poder-vos-ia falar sobre este livro durante horas, mas descubram por vocês próprios. Surpreendam-se. Eu, sem dúvida, surpreendi-me.

Classificação: 10/10 - Magnifique

sábado, 7 de agosto de 2010

O Enigma Vivaldi, de Peter Harris

Sinopse: António Vivaldi figura incontestavelmente entre os nomes que mais contribuíram para o património musical da Humanidade... Génio compositor, dotado de uma inesgotável invenção rítmica e temática, fascinou os seus contemporâneos, cujo estilo e originalidade rapidamente adoptaram e imitaram, e decorridas gerações continua a impressionar especialistas e curiosos. Mas há muito da vida de Vivaldi que permanece desprovido de certezas, envolto em mistério, à espera que alguém ouse descobrir o que outros se esforçaram por ocultar... Para Lucio Torres, um jovem promissor violinista espanhol, a estada em Veneza, a pretexto de umas Jornadas Musicais, é o concretizar de um sonho, uma vez que sempre desejara conhecer a cidade onde o seu ídolo Vivaldi nasceu e passou grande parte da sua vida. Um dia, nos arquivos do Ospedale della Pietà, instituição onde Vivaldi exerceu como professor, Lucio descobre por acaso uma partitura que tudo indica ser do mestre. No entanto, logo se apercebe que algo está errado: a sucessão de notas viola todas as leis da harmonia musical e é associada à música do diabo, proibida pela Igreja. O músico não pode acreditar que tal monstruosidade possa ter sido composta por Vivaldi...- a não ser que se trate de uma mensagem em código. Juntamente com Maria, uma jovem por quem se apaixonou, Lucio tenta decifrá-la e assim desvendar o enigma Vivaldi, um segredo que remonta ao início do Cristianismo e que poderá deitar por terra um dos princípios fundamentais em que este assenta. Só que tão grave informação interessa a mais gente, gente disposta a tudo, inclusive a matar... Articulando com sabedoria elementos culturais, históricos e fictícios, Peter Harris criou um thriller cativante que nos envolve na Veneza do século XVIII e de hoje, uma cidade inebriante pelo encanto dos seus canais, ruas, monumentos e do seu clima propício ao romance, num vórtice tão intrincado e exuberante como a música barroca que percorre as páginas deste livro que fez furor em Espanha e alcançou o estatuto de bestseller em pouco tempo.

A Minha opinião:
O livro pareceu-me promissor quando o vi na banca da Presença, pelo que decidi comprá-lo, visto não só a sinopse me ter parecido aliciante, como também Veneza e Vivaldi serem dois ingredientes do meu agrado.


O enredo era, de facto, interessante. Gostei bastante das personagens e o enigma conseguiu prender-me. No entanto, com pena minha, não me arrebatou. Ainda que o género thriller não seja dos meus preferidos, penso que faltou algo para passar do simplesmente interessante ao de cortar a respiração. No entanto, surpreendi-me com alguns acontecimentos, assim como gostei bastante de detalhes fornecidos pelo autor em relação ao governo Veneziano, a Sereníssima e concretamente à cidade de Veneza. Somos perfeitamente transportados por Peter Harris a esta cidade.

Desta forma, recomendo-o, pois proporcionou-me boas horas de leitura. Se por um lado faltou algo na parte do thriller, por outro, a parte histórica surpreendeu-me e o desenrolar da acção era cativante.


Classificação: 7/10 - Bom

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Roma, de Simon Baker

Sinopse: Esta é a história do maior império que até hoje o Mundo conheceu. Nela, Simon Baker conta a história da ascensão e da queda da primeira superpotência global, concentrando-se nos seis pontos de viragem fundamentais que deram forma à história de Roma. Sejam bem vindos a uma Roma que nunca antes viram: terrível e esplêndida, enérgica e sórdida.
No centro desta apaixonante narrativa histórica estão as personalidades dinâmicas e complexas, mas também imperfeitas, dos mais poderosos senhores de Roma: homens como Pompeu, o Grande, Júlio César, Augusto, Nero e Constantino.
Esta soberba narrativa, repleta de energia e de imaginação, é um inteligente resumo dos mais recentes estudos e trabalhos académicos e um relato maravilhosamente evocativo da Roma Antiga.


A Minha Opinião: Ainda que o Império Romano não faça parte das minhas épocas predilectas, devo dizer que gostei deste livro.

A organização do mesmo é excelente. Simon Baker centrou-se nos acontecimentos fulcrais/pontos de viragem da história de Roma Antiga, dedicando um capítulo a cada um. É-nos assim descrito, de uma forma concisa, mas ao mesmo tempo detalhada, como nasceu a república romana e como terminou; a era dos imperadores, focando-se em Augusto, Nero, Adriano e Constantino; a revolta Judaica na província romana da Judeia e o fim do Império Romano.

Muitíssimo bem documentado, o livro não deixa dúvidas sobre tudo o que esteja relacionado com esses acontecimentos. Somos muito bem informados sobre todo o cenário político, o que desencadeou o referido acontecimento e o que dele resultou, além do destino das personagens intervenientes.

No entanto, apesar de reconhecer que é um livro muito bom, o livro é, de certa forma, denso, não se lendo de ânimo leve, pois, afinal de contas, estamos embrenhados no melhor e pior que os jogos políticos romanos podem oferecer.

Para os apaixonados pelo Império Romano, é um livro excelente para conhecer desde os seus períodos de ouro às suas graves crises, desde os imperadores mais astutos aos generais mais cobardes, desde as origens de Roma ao seu fim como a principal cidade de um dos maiores impérios da história.

Classificação: 7/10 - Bom

domingo, 18 de julho de 2010

Memórias de uma gueixa, de Arthur Golden

Sinopse: Sayuri tinha um olhar invulgarmente belo, de um cinzento translúcido, aquático, a reflectir numa miríade de cristais límpidos, o brilho prismático e incandescente do universo perfeito e atroz sobre o qual repousava. Era uma transparência súbita, inesperada, a contrastar violentamente com a estranha opacidade branca da máscara onde sobressaíam uns lábios exageradamente vermelhos. E se os olhos ainda reflectiam Chiyo, a menina de nove anos, filha de pescadores, de uma cidade remota, junto ao mar, a máscara inquietantemente delicada, o penteado ostensivo, a sumptuosidade dos quimonos de brocados, ricamente ornamentados pertenciam à mulher em que ela se tinha tornado, Sayuri, uma das mais célebres gueixas do Japão dos anos 30. É este mundo anómalo, secreto e decadente, construído sobre cenários de papel de arroz e que parece ser a manifestação da própria fantasia erótica masculina que Golden evoca com uma autenticidade notável e um lirismo requintadamente raro. Um romance sobre o desejo e a natureza indomitável do espírito humano, desafiador, cativante pela pureza da prosa, pela prodigalidade das nuances, das atmosferas, das imagens esculpidas com a precisão e subtileza da arte do bonsai. Memórias de uma gueixa foi considerado um dos melhores primeiros romances de 1997.



A minha opinião: Às vezes parece que não fomos nós quem escolheu o livro, mas foi o livro que nos escolheu a nós.

Antes de ler a crítica da White Lady, eu nunca tinha ouvido falar nem deste livro, nem do filme. Por casualidade, o livro pareceu-me tão interessante que, num impulso, o requisitei logo na biblioteca e comecei a lê-lo. Esperava algo bom, mas mesmo assim, surpreendeu-me.


Em Memórias de Uma Gueixa, é-nos dada a oportunidade de acompanhar a vida de Sayuri, uma gueixa do Japão dos anos 30 desde a sua curta infância na pequena cidade de Yoroido até se ter mudado para Nova Iorque. É-nos dado a conhecer como a criança Chiyo se tornou na gueixa Sayuri, desde o momento em que foi vendida à okiya (local onde viviam gueixas/futuras gueixas) onde iria passar grande parte da sua vida até ter quebrado os laços com esta.

Ainda que o objectivo principal deste livro seja apresentar a vida de uma gueixa no que diz respeito ao seu dia-a-dia, como este se vai modificando nas diversas etapas da sua vida e algumas particularidades desse mundo, gostei muito da história criada por Golden para atingir este fim. Embora estejamos centrados na vida de Sayuri, portanto pouco mais se sabe das personagens a não ser no momento em que que contactam com esta, achei que as personagens estavam muito bem desenvolvidas, diferentes entre si, parecendo mesmo reais.

Outro aspecto que gostei muito foi a "voz" de Sayuri. Consegui perfeitamente sentir o que ela sentia. Em nenhum momento pensei que a pessoa que me estava a contar a história não era uma mulher, mas sim um homem.

Por fim, o livro levanta algumas questões interessantes, sobre a nossa visão de ocidentais sobre as gueixas, a forma como pequenos acontecimentos podem mudar o rumo da nossa vida e até que ponto são as nossas escolhas que influenciam a nossa vida.

Como ponto negativo, apenas tenho a referir o facto de comparativamente ao início, o final pareceu-me um pouco apressado.

É sem dúvida um livro muito bom não só pelo conhecimento que se adquire sobre as gueixas, mas também pela belíssima história que o acompanha, que apesar de ser fictícia, é bastante credível.

Existem alturas para ler determinados livros. Não sei bem porquê, parece-me que estava com a disposição perfeita para ler este.

Classificação: 9/10 - Excelente

[Para aqueles que leram, encontrei questões muito interessantes de análise do livro. Curiosamente, algumas eu até me perguntei mim mesma]

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Club Dead, Charlaine Harris

Sinopse: Bill corre perigo e é o sensual Eric que ajuda Sookie a encontrá-lo. Mas quando Sookie descobre Bill - num acto de traição - ela não tem a certeza se o quer salvar... ou afiar estacas e dar cabo dele.
Há apenas um vampiro com a qual Sookie Stackhouse está envolvida, pelo menos de forma voluntária, e esse vampiro é Bill. Mas recentemente, ele tem estado um pouco distante. E noutro Estado. Eric, o seu chefe sinistro e sensual, julga saber onde encontrá-lo e, quando dá por isso, Sookie está a caminho de Jackson, no Mississippi, para se infiltrar no submundo do Clube de Sangue. Este clube é um local perigoso onde a sociedade vampírica se reúne para descontrair e beber um copo de O positivo. Mas quando Sookie finalmente descobre Bill - apanhado num acto de traição séria - ela não tem a certeza se o quer salvar... ou afiar estacas. (Sinopse da edição portuguesa da saída de emergência)



A Minha opinião: Antes de opinar sobre o livro propriamente dito, queria deixar algumas coisas bem claras.
1º Estou extremamente embrenhada neste mundo. Esta série é uma das minhas preferidas e só por isso é que consegui ao mesmo tempo que acabava o terceiro livro, ver a primeira temporada toda da série em 3 dias. (Já agora, só a posso recomendar, uma das melhores adaptações que já vi de livros.)
2º Apesar de ter lido os dois primeiros livros em português, decidi agora passar a lê-los em inglês. Resultado: Adorei.

Como já tinha falado anteriormente, a escrita é muito acessível e só por isso é que me atrevi a lê-lo em inglês. Afinal de contas, não quero perder nada daquilo que estou a ler. Felizmente, o meu palpite revelou-se correcto e atrevo-me a dizer que gosto muito mais da versão original. Isto porque é muito mais fácil assim estar dentro da cabeça de Sookie e revelou-se (ainda) mais divertido de ler.
Especificamente sobre este terceiro volume, apenas tenho a dizer que a autora manteve a qualidade. A leitura, como habitual, é agradável, divertida, original e viciante, sendo muito difícil desligar da história. Uma leitura leve, que se lê num instante.
Para finalizar, apenas tenho a dizer que adorei o facto de não termos quase Bill, mas sim Eric (yay!). Têm de compreender que senti uma certa afinidade com Eric logo no primeiro livro :)

Classificação: 8/10 - Muito Bom

Saga Sangue Fresco - opiniões :

Sangue Fresco -  2 Dívida de Sangue - 3 Clube de Sangue - 4 Sangue Oculto - Sangue Furtivo 6-Traição de Sangue 7- Sangue Felino


sexta-feira, 9 de julho de 2010

Livros na língua original

Caros leitores,

hoje mesmo acabei de ler Club Dead, de Charlaine Harris, na sua língua original, inglês.
Ainda que não tenha sido a primeira obra que li nesta língua, foi a primeira com um carácter ficcional em que a linguagem utilizada era mais, digamos, literária.

Obviamente que tenho a noção de que não sou uma falante nativa de inglês, por isso comecei com uma escritora com uma linguagem acessível. No entanto, não consigo, infelizmente, ficar tranquila em perceber as palavras desconhecidas pelo contexto, tenho de saber o verdadeiro significado das mesmas. Desta forma, só li o livro em casa e ao lado de um dicionário.

Apesar da minha velocidade de leitura ter diminuído drasticamente, foi uma experiência muito positiva. Ao ler o livro um pouco mais devagar, apercebi-me de pormenores que, se estivesse a ler em português, me teriam passado ao lado; aprendi imensas palavras, e até tive a oportunidade de as assimilar, pois reparei que a autora as repete bastante, visto o livro estar escrito numa linguagem não muito rebuscada.

A voz da escritora parece que mudou. Li os primeiros dois livros em português, e agora neste, tudo me parece um pouco mais vivo, interessante, não sei se por estar mais atenta à escrita e aos trocadilhos, mas se por estar a ler na língua original.

De qualquer das formas, sinto que é uma excelente experiência e apesar de não poder ler à velocidade que desejaria, penso que ganho muito mais, até porque após o choque inicial, a minha leitura foi muito mais fluente na segunda metade do livro e precisei de muito menos interrupções.

E vocês, contem-nos as vossas experiências/ manias/ hábitos quando lêem noutras línguas!

terça-feira, 22 de junho de 2010

A Muralha de Gelo, de George R. R. Martin

Sinopse: Estes são tempos negros para Robert Baratheon, rei dos Sete Reinos. Do outro lado do mar, uma imensa horda de selvagens começa a formar-se com o objectivo de invadir o seu reino. À frente deles está Daenerys Targaryen, a última herdeira da dinastia que Robert massacrou para conquistar o trono. E os Targaryen sempre foram conhecidos pelo seu rancor e crueldade ....

Mais perto, para lá da muralha de gelo que se estende a norte, uma força misteriosa manifesta-se de maneira sobrenatural. E quem vive à sombra da muralha não tem dúvidas: os Outros vêm aí e o que trazem com eles é bem pior do que a própria morte...

Ainda mais perto, na Corte, as conspirações continuam. O ódio entre as várias Casas aumenta e desta vez o sangue mancha os degraus dos palácios e o veludo dos cadeirões dourados. E quando parece que nada poderia piorar, o rei é ferido mortalmente numa caçada. Terá sido um acidente ou um assassinato? Seja como for, uma coisa é certa: a guerra civil vem aí!

A minha opinião: O primeiro livro desta saga é, sem dúvida, brilhante e muito promissor.


À semelhança da primeira metade do livro, esta segunda parte não me desiludiu e manteve a qualidade da primeira.


É difícil escrever quando gostamos tanto de um livro. Pessoalmente, penso que o ponto mais positivo deste livro/série é o facto de ser uma fantasia diferente. Apesar do género ser inconstatavelmente fantasia, pois o mundo no qual se desenrola a acção é fictício e existem alguns elementos irreais, tudo o resto podia perfeitamente ter lugar na era medieval, e aliás é assim que o imagino. Desta forma, parece que todos os géneros se encontram condensados na história. Eu achava que isto era pouco provável, antes de lê-lo, mas é possível. E isso confere uma qualidade única: temos aventura, temos fantasia, temos política, temos mistério, temos tudo escrito de uma maneira que nos prende e dificilmente larga... Apesar de, por vezes, me fazer lembrar a saga de Paolini (Eragon, Eldest, Brisingr) por ser o género mais parecido a estes livros que conheço, e sem querer ofender os fãs de Paolini, gosto muito mais da saga de Martin.


Outro ponto muito positivo são as personagens. Que personagens! Não são estereotipadas ou algo do género. Cada uma é feita de um conjunto de traços únicos que fazem com que se assemelhe a algo da vida real, não aos clichés da esposa indefesa ou o senhor em que a honra esteve sempre acima de tudo o resto. Cada uma comete erros, erros esses que personagens daquele estereótipo não poderiam cometer. É impossível não gostar das mesmas. Durante este livro, surpreendi-me com a maioria delas.
Apenas tenho a apontar que, por vezes, a leitura foi um pouco densa na parte das tácticas militares e outros aspectos políticos. No entanto, isso deve-se ao meu interesse um pouco mais baixo pelas cenas de guerra e penso que, para quem goste, não será aborrecido nem por um segundo.

Classificação: 8/10 - Muito Bom

sexta-feira, 18 de junho de 2010

José Saramago, Prémio Nobel da Literatura, morreu hoje aos 87 anos de idade



Calou-se a voz da Liberdade e do pensamento literário Português!

José Saramago, morreu hoje ao 12:45 em Lanzarote, Espanha, aos 87 anos de idade.
Foi com total choque e emoção que a Cozinha das Letras recebeu a trágica notícia. 

José Saramago recebeu o prémio Nobel da Literatura em 1998.
Uma das suas mais conceituadas obras "Ensaio sobre a Cegueira" foi adaptada ao cinema.
O sua última publicação foi "Caim" que gerou uma enorme polémica.

Em nome da Cozinha das Letras, um Muitíssimo Obrigada a este ícone da cultura Portuguesa! A sua perda é irremediável! 
Mais informações, aqui.

                                                                 Até Sempre, José Saramago!