terça-feira, 27 de outubro de 2009

As Mulheres de Mozart, de Stephanie Cowell

Sinopse: As Mulheres de Mozart é um romance histórico que entretece com magnificência e sensibilidade factos e ficção. Habita nele a mesma grandiosidade que anima as óperas do compositor, como se o próprio génio de Mozart o tivesse orquestrado, impregnando-o do seu espírito vivo e apaixonado. No ano de 1777, Mozart chega a Mannheim, e, poucos dias depois, é convidado para um serão musical em casa da família Weber. É nessa noite que Mozart, com apenas vinte e um anos, conhece as quatro mulheres que virão a cativar o seu coração e a inspirar a sua música. Muito diferentes entre si, Josefa, Aloysia, Constanze e Sophie fundem-se numa única sensação difusa de juventude e sensualidade. Musas, confidentes, amadas, estas quatro figuras femininas vão reflectir-se nas heroínas das óperas de Mozart, elas serão, para sempre, as mulheres que ele amou e que o amaram. Uma obra de rara beleza, que se eleva às mais altas esferas da criação literária para fazer reviver, através do olhar das irmãs Weber, o génio sublime e intemporal de Mozart.

A minha opinião: Comecei a ler este livro com uma grande expectativa, porque sou uma autêntica admiradora, não só de música clássica, mas também da magnífica vida e obra de Mozart. Penso que foi exactamente por isso que não o pude apreciar totalmente.

O livro tem um excelente começo. São nos apresentadas quatro irmãs, as Weber, que terão uma enorme influência na vida de Mozart. A história é nos contada pela irmã mais nova, Sophie, na sua conversa com um investigador que procura informações sobre a vida do compositor.

O livro é em si, agradável de ler. No entanto, e apesar de ser mostrada ao leitor uma nova faceta de Mozart, senti que muitas vezes ele ficava para segundo plano, o que era desmotivante para aqueles que queriam saber mais sobre o compositor. Isto não invalida o facto do romance, contexto histórico e a escrita não serem cativantes, pois até o são. Simplesmente não correspondeu áquilo que eu esperava do livro.

O livro proporciona boas horas de leitura. É muito interessante conhecer a vida das irmãs que foram fonte de inspiração para Mozart em inúmeras obras. Foi, de facto, bastante agradável de ler e introduzia o leitor no contexto da época e na dura vida que em especial os músicos levavam.

Penso que é um livro interessante para aqueles que querem conhecer outra faceta de Mozart, uma mais humana, de uma excelente forma.

Classificação:
6/10 - Bom,mas deixa a desejar

domingo, 25 de outubro de 2009

As Três MISS MARGARETS, Louíse Shaffer

Sinopse: Miss Peggy, Dra. Maggie e Miss Li'l Bit têm em comum o nome e uma amizade que dura há longos anos. Mas por detrás da fachada irrepreensível que as levou a serem consideradas verdadeiros ícones em Charles Velley, na Georgia, têm também um segredo explosivo, com décadas, que está prestes a ser revelado.
Trinta e tal anos antes, as três Miss Margarets fizeram algo extraordinário, clandestino e profundamente ilegal. Apesar de permanentemente assombradas por essa noite que mudou as suas vidas, acreditam ainda que o seu crime foi apenas uma forma de corrigir um mal imperdoável.
Porém, a chegada de um estranho à cidade e uma morte trágica vão abrir as comportas da memória, e a lealdade, a amizade e a honra serão postas à prova como elas jamais teriam imaginado - principalmente quando têm de enfrentar Laurel Selene, uma jovem que passou toda a sua vida a braços com uma mãe alcoólica e um rancor desmedido. Laurel está prestes a descobrir o que aconteceu na noite em que as três Miss Margarets fizeram o seu juramento secreto. Qualquer que seja a sua reacção, apenas uma coisa é certa: nada voltará a ser como dantes.


A minha opinião: Este é um livro que eu via à muito guardado na prateleira da avó, e que sempre me fez sentir uma certa curiosidade de saber qual o segredo que continha.
Foi uma história que me agarrou desde a primeira página, e que me deu sempre vontade de ler mais para saber o que acontecia a seguir, logo, li o livro em uma dentada.

O livro começa por apresentar as três personagens centrais, As Três Miss Margarets, Peggy, Maggie e Li'l Bit.

Louíse conta um pouco da história de cada Margaret, como se de uma memória se tratasse. Durante o primeiro capítulo, as três amigas recordam-se dos seus tempos de miúdas e do que naquela altura os habitantes do pequeno local Charles Valley pensavam delas. O Inicio desta história absorvente revela-nos o gesto que vai ajudar a desenterrar todos os segredos meticulosamente guardados pelas Margarets: as três encontram-se numa casa abandonada e despedem-se da vedeta local, Vashti, agora morta, que volta à sua terra natal quando está prestes a falecer.

Um jornalista, que está a escrever um livro acerca de Vashti, reconhece as três Miss Margarets, quando estas deixam a casa abandonada depois da despedida. A partir daqui, tudo vem ao de cima, quando o jornalista tenta descobrir mais acerca do que viu.

Esta história leva-nos numa viagem incrível ao longo de três gerações, e revela-nos coisas inesperadas acerca da vida de cada personagem. No fim, juntando todas estas recordações dos velhos tempos, o grande segredo que as três idosas Peggy, Maggie e Li'l Bit escondem é finalmente descoberto. As três coisas que vos posso dizer acerca deste segredo horrível é que nada é o que parece, existem vários "inocentes" envolvidos nele e, depois de revelado, nada volta a ser como dantes.

O único defeito que realmente se destaca, para mim, tem apenas haver com a pontuação do livro, não conseguimos distinguir bem quando acaba uma recordação e recomeça o presente.
Foi um livro que adorei e que certamente recomendo a todos, principalmente, aos que gostam de um bom segredo.


Classificação: 9/10 - Excelente


(Finalmente consigo partilhar ideias com vocês! Estas tecnologias deixam-me de rastos! ;) )

domingo, 18 de outubro de 2009

Os Filhos da Droga, Christianne F.

Sinopse: Esta história é excepcional e, ao mesmo tempo, de todos os dias. Fala-nos de relações familiares deformadas, da passagem da infância à adolescência num ambiente de cimento e consumo passivo, mortal para a fantasia, da falta de orientação dos adolescentes e do diálogo entre eles e os adultos.

A minha opinião: Li este livro de uma rajada. No entanto, parti um bocado céptica em relação a este livro. Principalmente por duas razões. Tinha lido há uns anos A Lua de Joana e não gostei, ainda que na minha opinião, o tenha lido muito jovem. A segunda razão é o facto desta temática e livros verídicos não serem de todo o que costumo ler. No entanto, um primo meu só leu um livro inteiro na vida, este, e isso deixou-me no mínimo curiosa.

O livro começa com a mudança de Christiane da sua aldeia natal para Berlim. Tinha 7 anos e não sabia como a sua vida ia mudar depois dessa viagem. Cedo apercebe-se que a sua vida não é o que esperava, e cresce num local completamente desprovido de alegria. Foi uma questão de tempo até se envolver com más companhias e entrar no mundo da droga. Depois, em pouco tempo, vai passando das drogas mais leves, às mais pesadas e acaba por prostituir-se para suportar o seu vício. Ao longo deste livro, vamos acompanhando a sua evolução naquele mundo e as suas tentativas de cura.

É um livro absorvente, e reflecte um pouco daquilo que era Berlim nos anos 70, a geração que cresceu com pais demaisado liberais, para contrariar a sua educação conservadora e os problemas da sociedade que não conseguia fazer frente a esta situação. Foi interessante compreender algumas coisas daquele mundo e das pessoas que fazem parte dele, desde a dependência física à psicológica.

Este relato é surpreendente, principalmente por se passar com uma rapariga tão jovem. Não foi um livro que me tocou profundamente, no entanto, houve partes que me sensisibilizaram e dificilmente esquecerei algumas coisas. Penso, que tal como muitos do género, devem ser lidos pelos jovens, de modo a que entendam um pouco do que é viver dependente da droga.

Classificação: 6/10 - Bom,mas deixa a desejar

(Mais uma vez chamo a atenção que esta classificação é meramente indicativa da minha apreciação enquanto livro. Reconheço que dentro da temática poderá ter uma classificação bem melhor)

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Morte No Nilo, Agatha Christie

Sinopse: A tranquilidade de um cruzeiro ao longo do Nilo é ensombrada pela descoberta do cadáver de Linnet Ridgeway. Ela era jovem e bela; e tinha tudo… até perder a vida! Hercule Poirot apercebe-se de que, a bordo do navio, todos os passageiros são possíveis assassinos: pelas mais diversas razões, todos tinham algo a apontar a Linnet. Mas quem terá sido levado ao acto extremo de a alvejar? Ainda que tudo aponte para a mesma pessoa, o detective cedo descobre que naquele cenário exótico nada é exactamente o que parece.

A Minha Opinião: Este é o terceiro livro que leio dela e não é por acaso que a chamam e bem a Rainha do Crime.

Este livro, que li no decorrer da leitura conjunta do fórum Estante dos Livros, tem várias particularidades muito interessantes. Uma é o facto de o assassinato só decorrer no meio do livro, o que nos dá a possibilidade de conhecermos as personagens antes de serem suspeitas e também ver o que as levou a fazer a viagem pelo Nilo... Um aspecto que eu gostei e bastante. Outra é o facto de ter muitas personagens completamente distintas, vindas de imensos sítios, o que também enriquece o livro. Foi diferente dos dois livros que li, mas mesmo assim foi muito agradável ver outro estilo de história nos policiais dela, pois este destaca-se a nível de enredo e não só a nível da investigação.

O final, foi para mim, inesperado, embora não tenha sido para outros membros do fórum :P

Mais uma vez, foi uma experiência muito agradável fazer a leitura conjunta, além de ler os policias desta escritora magnífica.


Classificação : 8/10

domingo, 11 de outubro de 2009

O Leque Secreto, de Lisa See

Sinopse: Numa remota localidade chinesa do século XIX, assistimos ao desabrochar de uma das mais belas e inquietantes histórias de amizade. Numa sociedade em que as mulheres desempenham um papel de total submissão, resta-lhes a esperança de um bom casamento para minimizar o facto de serem raparigas – e uns pés delicados e sedutores podem garantir um futuro próspero. O primeiro passo é enfaixá-los com ligaduras para que mais tarde adquiram uma forma e tamanho perfeitos. Este é um momento de grande sofrimento que Lili terá de suportar com apenas sete anos, mas em breve conhece Flor de Neve, a jovem escolhida para ser a sua laotong – uma espécie de irmã de juramento – e estabelece-se entre elas uma ligação emocional que durará a vida inteira. Com o passar dos anos, as duas mantêm uma amizade profundamente sincera e cúmplice, trocando mensagens e poemas em nu shu – uma linguagem secreta feminina – inscritos num leque de seda. Mas um dia os laços de amor que sempre as uniram serão postos em causa…

A minha opinião: A sociedade chinesa sempre me fascinou. Sejam os seus caracteres, o facto de serem uma sociedade muitíssimo culta, inventora de numerosos inventos que utilizamos no dia-a-dia, a capacidade de adaptação dos seus habitantes, enfim. Sempre foi uma cultura que desejei conhecer. E graças a esta leitura, pude conhecer melhor a sua realidade e consolidar alguns dos meus conhecimentos.

Este foi um livro com uma história simples, mas que me agarrou do início até ao final. Foi extremamente interessante perceber e entrar nesta cultura, especificamente na dura vida das mulheres desta. Neste livro, acompanhamos Lírio, desde criança até viúva, passando pelo seu enfaixe de pés, à morte da sua família, ao abandono da sua casa natal e a relação que ela estabelece com a sua laotong (uma espécie de amiga-irmã que a acompanha durante toda a sua vida).

Graças à investigação junto do povo chinês por parte de Lisa See, podemos entender um pouco dos sentimentos destas mulheres e de como era viver numa sociedade tão injusta para elas. Adorei o facto de acompanharmos Lírio desde criança e ver como a sua perspectiva sobre a vida vai mudando. Esse foi um ponto forte por parte de Lisa See, pois além de conseguir transmitir para o papel os sentimentos da protagonista que vão mudando e bastante ao longo do tempo, podemos também ver a sua evolução enquanto pessoa.

Para mim, este foi um livro bastante difícil em termos emocionais e que me demorou um pouco de tempo a processar. Alguns relatos eram bastante cruéis, não só o enfaixe de pés, mas também a forma como eram vistas as mulheres. No entanto, outros eram muito profundos, como os relatos de irmãs de juramento e laotongs. Contudo, foi uma agradável surpresa, pois enriqueceu-me imenso e fiquei com uma enorme vontade de ler mais sobre a sociedade chinesa.

Não sendo uma obra-prima da literatura, foi uma leitura lindíssima, um livro que me disse muito e que certamente não deixará os leitores indiferentes à sua leitura.

Classificação : 8/10

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O Assassinato de Roger Ackroyd, de Agatha Christie

Sinopse: Roger Ackroyd sabia de mais. Sabia que a mulher que amava envenenera o primeiro marido, um homem extremamente violento, e suspeitava que ela era vítima de chantagem. Agora, que as trágicas notícias sobre a sua morte apontavam para um suícidio por overdose, eram muitas as perguntas que pareciam não ter resposta. Mas quando pensava estar perante as primeiras pistas sobre o caso, Ackroyd ver-se-ía envolvido num homicídio brutal: o seu! O Dr. Sheppard, médico da aldeia, fala então com o vizinho, um detective reformado que escolhera o campo para passar tranquilamente os seus últimos anos de vida. A escolha não podia ser mais acertada pois o pacato vizinho era nem mais nem menos que o belga Hercule Poirot...

A minha opinião: Acabei de lê-lo e ainda estou de boca aberta. Agatha Christie é de facto uma escritora excepcional. Tinha uma capacidade enorme de contar policiais, pois através de um fio condutor coerente e constante que nos prende desde o início, temos um final totalmente inesperado e surpreendente.

Neste livro somos confrontados também com um clássico dos mistérios. Um velho muito rico que morre no escritório, e cujo testamento aponta para vários culpados. Até aqui, nada de especial, mas à medida que a história se desenrola este livro é tudo menos banal.

Para já, uma ideia muito interessante é que a história é contada na primeira pessoa, não pelo detective, mas por uma pessoa completamente normal, o médico. Esta perspectiva é muito interessante, pois permite ao leitor assumir claramente a pele de um expectador, que tendo acesso à informação na íntegra, não consegue desvendar o mistério (ou melhor, eu pelo menos não :)

Foi, sem qualquer dúvida, um grande prazer voltar aos policiais de Agatha Christie. É uma autora mais que recomendada.


Classificação: 8/10