domingo, 27 de dezembro de 2009

Sangue Fresco, de Charlaine Harris

Sinopse: Uma grande mudança social está a afectar toda a humanidade. Os vampiros acabaram de ser reconhecidos como cidadãos. Após a criação em laboratório, de um sangue sintético comercializável e inofensivo, eles deixaram de ter que se alimentar de sangue humano. Mas o novo direito de cidadania traz muitas outras mudanças... Sookie Stackhouse é uma empregada de mesa numa pequena vila do Louisiana. É sossegada, tímida, e não sai muito. Não porque não seja bonita - porque é - mas acontece que Sookie tem um certo "problema": consegue ler os pensamentos dos outros. Isso não a torna uma pessoa muito sociável. Então surge Bill: alto, moreno, bonito, a quem Sookie não consegue ouvir os pensamentos. Com bons ou maus pensamentos, ele é exactamente o tipo de homem com quem ela sonha. Mas Bill tem o seu próprio problema: é um vampiro. Para além da má reputação, ele relaciona-se com os mais temidos e difamados vampiros e, tal como eles, é suspeito de todos os males que acontecem nas redondezas. Quando a sua colega é morta, Sookie percebe que a maldade veio para ficar nesta pequena terra do Louisiana. Aos poucos, uma nova subcultura dispersa-se um pouco por todos os lados e descobre-se que o próprio sangue dos vampiros funciona nos humanos como uma das drogas mais poderosas e desejadas. Será que ao aceitar os vampiros a humanidade acabou de aceitar a sua própria extinção?

A minha opinião:
Há já algum tempo que queria ler este livro, no entanto, depois da experiência traumática Amanhecer, não queria retornar tão cedo ao mundo vampírico. De modo que só nestas férias arranjei tempo para o ler. Desde já tenho a dizer que apesar das parecenças óbvias, não tem nada a ver com a saga twilight, revelando-se para mim, num livro bastante promissor.


Em Sangue Fresco, somos apresentados a uma sociedade igual à nossa, com a diferença de que os vampiros fazem parte da dita sociedade de forma legal, sendo a sua existência de conhecimento comum. Adorei o argumento, logo que contactei com esta saga e lamento que só tenha sido traduzida depois desta "revolução" resultante da saga twilight.


Este livro é narrado por Sookie, a jovem telepata. Acompanhamos o início da sua relação com Bill, o vampiro e consequentemente com o contacto com o seu mundo. Entretanto, estranhas mortes começam a ocorrer naquela localidade e remetem que os assassinatos terão sido causados por um vampiro, fazendo com que as pessoas se interroguem se a decisão de aceitar os vampiros terá sido a correcta. Num misto de romance e policial, são nos apresentados dois temas: os vampiros e os estranhos assassinatos de algumas empregadas. Ainda assim, senti que a temática dos vampiros podia ter sido melhor explorada.


Devido às mais pequenas descrições de Harris, através das referências de marcas, celebridades e programas terrivelmente conhecidos, é inevitável que nos ponhamos na pele da telepata, tal é a semelhança do nosso mundo com o dela. Este foi um ponto que adorei na escrita de Harris, que apesar de não ser muitíssimo elaborada, é cativante e tem um ritmo constante.


Sangue Fresco é imprevisível, um livro que se lê bem, que intriga o leitor e que é difícil de largar. Tenho a dizer que embora não me tenha conquistado totalmente, a história agarrou-me o suficiente para continuar com esta saga e penso que vou gostar ainda mais do segundo volume.


Classificação:
7/10 - Bom

Saga Sangue Fresco - opiniões :

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

As Avis, de Joana Bouza Serrano

Sinopse: Durante os 200 anos que durou a dinastia de Avis, que teve início com D. João I, Mestre de Avis, Portugal esteve na vanguarda da história mundial. Neste período sentaram-se no trono português 8 reis e o país conheceu 9 rainhas consortes, mulheres que, muitas vezes na sombra, definiram também elas o rumo da história do reino.

Filipa de Lencastre, a mãe da Ínclita Geração; Leonor de Aragão, a Triste Rainha, que foi obrigada a fugir para Castela após a morte do marido; Isabel de Lencastre, que assistiu impotente ao confronto entre o seu pai e o seu marido; Joana de Castela, conhecida como a Excelente Senhora, que, por questões políticas e dinásticas, foi enclausurada num convento; Leonor de Lencastre, que mandou construir o Convento de Madre Deus em Lisboa; Isabel de Castela, filha dos Reis Católicos de Espanha, que morreu ao dar à luz; Maria de Castela, consorte de D. Manuel I, com quem teve uma relação de cumplicidade; Leonor de Áustria, peça fundamental no jogo político do seu irmão, o imperador Carlos V; Catarina de Áustria, avó de D.Sebastião.

A partir do olhar destas rainhas, a historiadora Joana Bouza Serrano dá-nos a conhecer os seus casamentos, que representavam verdadeiros trunfos nos jogos de poder político, os partos sucessivos para garantir a sucessão, a sua dedicação à cultura e às artes, as tradições e os costumes da corte e os diferentes acontecimentos políticos que marcaram a dinastia de Avis.


A minha opinião: A História fascina-me desde pequena, pelo que ao longo da minha vida tenho lido muitos livros desta área. Recentemente, ao ler Infantas de Portugal, Rainhas em Espanha, descobri que, ainda que sejam pouco exploradas na maioria dos livros, as personagens femininas tiveram de facto influência no decorrer dos acontecimentos, muitas vezes sem ser dada a sua devida importância.


Neste livro, acompanhamos a vida das rainhas consortes da dinastia de Avis. Não apenas a sua vida na corte de Portugal, mas também a sua infância e os períodos em que algumas eram rainhas-viúvas no estrangeiro, por exemplo. Para aqueles que conhecem bem a dinastia de Avis, é uma excelente maneira de perceber um pouco das cortes contemporâneas, ainda que, grande parte das vezes a corte seja a dos nossos vizinhos espanhóis; ver os acontecimentos já conhecidos de uma perspectiva diferente e saber qual a intervenção das rainhas na altura.


Além disso, através de inúmeras curiosidades e factos da época, é nos possível aumentar os nossos conhecimentos sobre a vida da corte, as preocupações do seu tempo e as suas relações com as cortes estrangeiras, em especial da perspectiva feminina. Foi muito agradável descobrir vários destes pormenores, que são descritas pela autora de uma forma muito acessível e interessante, que nos deixam muito bem elucidados sobre esta época.


Em suma, gostei bastante deste livro, porque me permitiu ver a dinastia de Avis com outros olhos, conhecer as cortes vizinhas e, mais importante, entender a vida destas rainhas, o que foi bastante enriquecedor, pois muitos dos aspectos da vida delas relatados no livro são, além de interessantes, úteis para compreender este período da nossa história.


Classificação: 9/10 - Excelente

domingo, 13 de dezembro de 2009

Como Água para Chocolate, de Laura Esquivel

Sinopse: Tita vive, nos primeiros anos do século XX, numa localidade fronteiriça mexicana de arrigados e severas normas sociais. Como filha mais nova, devia consagrar a sua vida ao serviço da família e esquecer-se do amor. Mas tudo se complica quando Tita se apaixona por um jovem chamado Pedro Muzquiz. Como a Mamã Elena não deseja prescindir da sua filha mais nova que a deveria cuidar na velhice, a «solução» que encontra consiste em oferecer a mão de outra das suas filhas a Pedro... Nesta desesperante situação, a cozinha e os seus feitiços tornam-se na única válvula de escape para a sensualidade da jovem...
A minha opinião: Laura Esquivel, sempre foi uma autora por quem eu nutro uma imensa consideração e carinho. Oriunda do México, Laura Esquivel, é uma autora que utiliza a magia e a ficção para dar rumo a todas as suas histórias e, Como Água para Chocolate, não foge à regra.
A história passa-se no ínicio do século XX, onde as normas e proíbições continuam a reinar, para raparigas como Tita, a mais nova de três irmãs. Tita uma rapariga com um dom notável para a cozinha, vive atrás dos seus cozinhados e especiarias, como forma de se resguardar da paixão imensa que sente por Pedro. Mas o que é que os impede de casar e de ficarem juntos para sempre? Na familia manda a tradição que a filha mais nova (Tita) se mantenha solteira e cuide da mãe até à hora da morte. Como tal a mãe de Tita, oferece a mão da sua filha mais velha, Rosaura, a Pedro. Será que Pedro aceita? Como se sente Tita, com todo este reboliço? Que destino lhes é reservado no fim?
Um livro extraordinário, que combina o amor com a cozinha de uma forma comovente.
Um romance escrito para todas as idades e com um toque de doçura e de carinho tão característicos de Laura Esquivel.
Uma proposta deliciosa, para o Natal =D
Excelentes leituras!


Classificação: 9/10 - Excelente
[Recomendo também, Tão Veloz Como o Desejo, de Laura Esquivel, outra proposta excelente para um Natal receado de doçura =D]

domingo, 6 de dezembro de 2009

A Rapariga que Roubava Livros, de Markus Zusak

Sinopse: Molching, um pequeno subúrbio de Munique, durante a 2ª Guerra Mundial. Na Rua Himmel, as pessoas vivem um dia-a-dia penoso, sob o peso da suástica e dos bombardeamentos cada vez mais frequentes, mas não deixaram de sonhar. A Morte, narradora omnipresente e omnisciente, cansada de recolher almas, observa com compaixão e fascínio a estranha natureza dos humanos. Através do seu olhar intemporal é-nos contada a história da pequena Liesel e dos seus pais adoptivos, Hans, o pintor acordeonista de olhos de prata, e Rosa, a mulher com cara de cartão amarrotado, do pequeno Rudy, cujo herói era o atleta negro Jesse Owen, e de Max, o pugilista judeu, que um dia veio esconder-se na casa da família Hubermann e que escreveu e ilustrou livros para oferecer à rapariga que roubava livros, sobre as páginas de Mein Kampf recuperadas com tinta branca, ou ainda a história da mulher que convidou Liesel a frequentar a sua biblioteca, enquanto os nazis queimavam livros proibidos em grandes fogueiras. Um livro sobre uma época em que as palavras eram desmedidamente importantes no seu poder de destruir ou de salvar. Um livro luminoso e leve como um poema, que se lê com deslumbramento e emoção.

A minha opinião:
Este foi um dos livros que realmente me envolveu como leitora. Adoro ler livros sobre a 2ªguerra, e este foi sem dúvida, o mais original. Antes de mais, a escrita é excelente. Divertida, criativa, dinâmica, com um narrador pouco usual e com inúmeros parêntesis ou interrupções na leitura que realmente nos deixam a pensar. Este foi um aspecto que adorei neste livro e que o destacou dos demais.

A história em si é também maravilhosa. A vida de Liesel na pequena rua, as diferentes personalidades de cada morador da mesma, é como que se o autor nos transportasse para aquela rua durante a Alemanha Nazi e fôssemos nós mesmos a percorrer aquela rua a distribuir a roupa lavada que a nossa mãe preparou, nós a pronunciar Heil Hitler, nós a aprender a magia das palavras numa cave, nós a esconder um judeu. A história é mesmo lindíssima, com personagens muito bem desenvolvidas e pequenas histórias que vale a pena conhecer, que nos tocarão de um forma ou de outra.

Além disso, este livro mostra-nos várias componentes da Alemanha da 2ª Guerra, focando inúmeros aspectos que permite consolidar alguns conhecimentos que já tinha de uma excelente maneira (que melhor maneira do que ler uma boa história e aprender ao mesmo tempo?).

A Rapariga que Roubava Livros foi uma grande surpresa, que me deu um enorme prazer de ler, não só por ter sido absorvente, mas também por ter despoletado variadas emoções enquanto o lia (principalmente no final, porque este é simplesmente comovente e magnífico :). Sem dúvida uma excelente sugestão para oferecer neste Natal.

Classificação : 9/10 - Excelente

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O Herdeiro de Sevewaters, de Juliet Marillier

Sinopse: Os chefes dos clãs de Sevenwaters têm sido guardiães de uma vasta e misteriosa floresta, um dos últimos refúgios das Criaturas Encantadas da história antiga. Humanos e habitantes do Outro Mundo coexistem, separados por um fino véu entre os dois mundos e uma confiança degradada. Tudo se altera na Primavera em que Aisling de Sevenwaters descobre que espera outro filho. Ao nascer um rapaz - herdeiro de Sevenwaters -, a sua irmã Clodagh toma a responsabilidade pelo bem-estar da criança, enquanto a mãe recupera. A alegria da família transforma-se em desespero quando o bebé é levado do seu quarto e substituído por uma estranha criatura. Clodagh verá a sua coragem testada ao limite e a recompensa será muito maior do que alguma vez imaginara...

A minha opinião: Neste 4º livro, Juliet apresenta-nos Sevenwaters três anos depois da história d'A Filha da Profecia. Desta vez, vemos os acontecimentos a partir de Clodagh, uma das filhas de Sean. Tenho a dizer que não gostei muito desta personagem. Não queria entrar em comparações com os anteriores livros, mas identifiquei-me mais com Sorcha, Liadan e Fainne. Com esta, não houve qualquer afinidade, digamos. Talvez, porque queria que Sibeal fosse a principal ou porque queria um novo poder a contar-nos a história (Clodagh apenas possui a capacidade de falar com a sua irmã gémea à distância, como acontecia com Liadan), ou porque queria uma personagem mais forte... Além disso, estava à espera de uma história muito emocional e com luta interior, como nos livros anteriores. Este livro apenas me prendeu emocionalmente em algumas ocasiões.

Fora disso, achei que foi um livro interessante. As personagens antigas foram bem desenvolvidas, pois gostei bastante dos rumos das mesmas. A história em si também despoletou o meu interesse. Um dos factos que me prendeu foi sem dúvida, o podermos conhecer melhor o Outro Reino e as personagens que o constituem. Sinto que foi precisamente esse o aspecto que se destacou neste livro.

Por fim tenho a dizer, que adorei reviver o clima de Sevenwaters, contactar com personagens já bem conhecidas... Apesar de não ser de todo o meu preferido, foi um prazer voltar a entrar neste mundo fantástico de Juliet Marillier.

Classificação: 8/10 - Muito Bom

[Para aqueles que leram: Parece-me que este livro tem várias parecenças com O Filho das Sombras. Notaram isso enquanto o liam?]

terça-feira, 24 de novembro de 2009

O Jardim Encantado, de Sarah Addison Allen


Sinopse: As mulheres da família Waverley têm um segredo...
Para elas, é uma maldição; para os vizinhos é apenas algo estranho; nós chamamos-lhe magia...


A Minha opinião: Faz algum tempo desde que li este livro mas não posso deixar de o partilhar com vocês, sobretudo porque me deixou completamente viciada na escrita de Sarah Addison Allen.
Esta é uma história envolvente que nos dá a conhecer o segredo das mulheres Waverley.


Ora prestem atenção.



Claire Waverley (a nossa personagem principal) vive sozinha numa casa ao estilo Queen Anne que herdou da avó, na mais pequena das cidades, Bascom. Contudo, Claire não é filha única e ao longo da história lembra-se com frequência da amarga infância.
A mãe das duas irmãs, Lorelei, vivia com dificuldades financeiras e ninguém que a ajudasse, por isso roubava nas lojas de conveniência luvas quentinhas, comida, champô e por vezes um chocolate para Claire. Antes de Sydney nascer, Claire vivia constantemente com medo de ser apanhada, de se magoar ou de não ter roupa suficientemente quente para sobreviver ao Inverno. Claro que a mãe aparecia sempre com o que era necessário, como que por magia, antes das duas passarem frio, fome ou qualquer outra necessidade. Mãe e filha viviam constantemente de um lado para o outro, sem casa fixa.
Quando a pequena Sydney nasce Claire é um pouco esquecida pela mãe, que deposita todas as atenções na irmã mais nova. Para Claire aquele estilo de vida sempre fora bom o suficiente, mas Lorelei achava que Sydney merecia melhor, merecia ter raízes. Assim, mudam-se para a casa da avó Waverley, que é agora a casa de Claire.
Lorelei abandona as duas meninas e deixa-as ao cuidado da avó. Os anos passam e Sydney torna-se na irmã rebelde, decidindo assim partir com vergonha do seu nome de família.
Claire aprende com a avó o segredo das Waverley: aquela fora a casa de várias gerações de mulheres Waverley e todas cuidavam do seu jardim mágico.
As plantas do jardim da família têm poderes especiais que afectam quem quer que as coma. A planta mais poderosa era a temperamental Macieira, que dava umas maçãs muito especiais. O dever das Waverley era certificarem-se de que apenas utilizavam as plantas para fazerem o bem e de que não deixavam ninguém comer aquelas Maçãs.
Sydney sofre numa relação abusiva, e decide que está na altura de se mudar para Bascom com a filha, Bay. Claire tem de pôr de lado as memórias da horrível infância e aceitar Sydney e Bay na sua vida.



Durante toda a narrativa, Sarah Addison Allen conta-nos pedacinhos do presente e memórias passadas, e assim a cativante história vai ganhando vida.

Sarah dá-nos a conhecer a história das duas irmãs enquanto vivem separadas, e só assim conseguimos perceber como é duro para Claire partilhar a sua vida com alguém. As duas acabam por aprender como viver juntas e há um final feliz reservado para cada uma.

Este Romance embrenhou-me nas suas palavras devido à história que conta (a cada momento Allen não nos deixa esquecer de que todas as mulheres Waverley têm magia), a todas as personagens nela envolvidas que criam o ambiente certo na altura certa da narração, e sem dúvida devido também à escrita desta autora, que, como já referi antes,é realmente boa.


É certamente um Romance Mágico.


Resta-me aconselhar-vos vivamente este livro e deixar-vos o voto de deliciosas leituras.


Classificação: 8/10 - Muito Bom
(Depois de um raspanete da Jacqueline', estou de volta!) ;)

sábado, 14 de novembro de 2009

Carrie, de Stephen King

Sinopse: Não é que fosse diferente das outras. Um pouco estranha, sim. E antipática. Talvez por isso, era objecto da chacota e do riso de toda a turma. Ou talvez a sua antipatia fosse antes o resultado de se ver sempre constituída em alvo da troça de todas. Mas, quanto ao resto, não. Carrie era uma moça normal. Como todas as outras. E mais como todas as outras seria, se não fosse aquela incrível mulher que era a sua mãe. Mas isso não explica tudo. Sobretudo, não explica que naquela noite, a noite do baile, uma cidade inteira tenha sido arrasada por Carrie, sem que ela precisasse de mexer sequer um dedo.

A Minha Opinião: Esta foi a minha estreia no género terror/paranormal e devo a dizer que gostei bastante! Principalmente, porque não estava à espera de gostar deste género :)

Mas vamos por partes. Carrie é uma rapariga de dezassete anos aparentemente normal, no entanto com uma mãe fanático-religiosa. Como se isso não bastasse, Carrie é uma rapariga telecinética, ou seja, consegue mexer os objectos através da mente. Ok. Isso é estranho, um pouco assustador. Agora imaginem que uma pessoa com um poder desses fosse desprezada por tudo e por todos e fosse constantemente alvo de partidas, que por sua vez, poderiam levar à "activação" desse poder. Como, por exemplo, uma partida no baile de finalistas. Isso é realmente sinistro e dá sem dúvida uma história fenomenal!

É esta a narrativa que Stephen King nos apresenta. Uma história que poderia não ter graça nenhuma, mas que no entanto, através da sua maneira de contá-la, a torna simplesmente fantástica. Este foi um aspecto que adorei neste livro: a escrita de Stephen King. Se na verdade, não tenho termos de comparação no género, posso dizer que a escrita dele é absorvente, paralisa o leitor e este dificilmente quererá largar o livro, uma coisa que é fundamental, penso eu, num livro de terror. Além disso, o autor consegue caracterizar muito bem as personagens, principalmente indirectamente, um pormenor que é bastante interessante. Por fim, outra coisa a apontar é a utilização de diferentes tipos de texto durante o livro ( a narrativa propriamente dita, excertos de livros, entrevistas etc.), o que fez com que a leitura fosse dinâmica e que tivesse pontos de vista distintos de um acontecimento, o que levou a um produto final genial.

Depois de Carrie, Stephen King é um autor que vou ler brevemente.

Classificação: 8/10 - Muito Bom

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

A Loja dos Suicídios, de Jean Teulé

Sinopse: É uma lojinha onde nunca entra um raio de sol. Imagine um negócio de família que envolve a venda de todos os ingredientes possíveis para a prática de suicídio, nas suas mais diversas formas. Corda, pistolas, facas, venenos e toda uma panóplia de produtos mortíferos. São cinco as personagens que compõem esta família atípica que gere a loja há várias gerações: os pais, profissionais, comerciantes, o filho primogénito, deprimido crónico mas extremamente criativo no seu domínio; a irmã, exemplo típico da adolescente inadaptada; e finalmente o irmão mais novo, verdadeiro grão de areia na engrenagem deste comércio lúgubre: é que ele se atreve a sorrir e a ser... optimista!

A sua vida foi um fracasso? Connosco a sua morte será um sucesso!
Casa Tuvache há 10 gerações no suicídio.

A minha opinião: Tomei conhecimento da existência deste livro através da opinião do Pedro, e tive de o ler. É um livro simpático, é bastante pequeno, lê-se de facto num instante, mas não deixa por isso de ser interessante.

Estamos no futuro. Conhecemos a família Tuvache, uma família que se dedica a inventar as melhores maneiras das pessoas se suicidarem, utilizando as técnicas mais imaginativas e originais para o fazerem. Só aqui, o livro é bastante divertido e agradável de ler. Esta família é completamente deprimente, aliás como toda a sociedade. Tudo se concentra à volta da loja, sendo que vivem para isso mesmo. Desculpem, nem toda a família. Alan, o filho mais novo é como que a esperança naquela casa. Através das suas acções ele parece dar alegria aquela família, embora esta não a queira aceitar. E... não vou entrar em mais pormenores.

No entanto, e apesar do referido pela crítica, não achei que este livro tivesse propriamente piada. Ri-me de algumas coisas, mas nesse aspecto ficou um pouco aquém do que esperava.


Para uma leitura tão pequena, é um livro que de facto tem uma mensagem bastante bonita e que realmente nos faz pensar. É incrível pensar que no futuro a nossa sociedade, apesar de todo este avanço tecnológico e vários progressos, se transforme numa sociedade tão... vazia, sem cor, sem vida.



Classificação: 6/10 - Bom,mas deixa a desejar

domingo, 1 de novembro de 2009

A Máquina do Amor, Jacqueline Susann

Sinopse: O Homem criou a máquina. A máquina não sente amor, ódio, ou medo; não sofre úlceras, ataques do coração ou distúrbios emocionais.
Talvez a única possibilidade do homem sobreviver seja tornar-se uma máquina.
Alguns homens conseguiram isso.
Máquinas que passaram por homens dirigem muitas vezes sociedades; os ditadores são máquinas de força nos seus países. Um artista devotado pode transformar-se numa máquina de talento.
Por vezes, essa evolução ocorre sem que o homem repare nela.
Talvez aconteça da primeira vez em que ele diz: "Se eu abolir todos os sentimentos da minha vida, nunca mais poderei ser ferido!"
Amanda teria rido, se lhe tivessem dito isto a respeito de Robin Stone; porque Amanda estava apaixonada por ele.

A minha opinião: Este segundo romance de Jacqueline Susann segue na mesma linha do Vale das Bonecas. Três mulheres, três histórias diferentes, no entanto, com uma paixão em comum: Robin Stone.

Foi um romance bem ao seu género. Tinha todos os seus conhecidos ingredientes. Anos 60, o mundo do espectáculo. Os filmes de Hollywood. Os espectáculos da Broadway. A Televisão. Os Actores. Os Produtores... Mais uma vez é muito interessante entrar nesse mundo, que não se distanciava tanto da realidade, visto a autora ter sido actriz e apresentadora da televisão.

Acompanhamos a vida de Robin Stone. Uma vida aparentemente vulgar. Um repórter televisivo, no início da sua carreira, que namorava com Amanda, também ela pertencente ao mundo do entretenimento, sendo actriz. Um enredo completamente normal, situações do quotidiano, que no entanto, no desenrolar da história se vêm extrememente invulgares. Qualquer mulher que estivesse com Robin Stone não entendia como ele podia amar e ao mesmo tempo ser tão insensível. Robin Stone não possuía qualquer sentimento e, no entanto, era impossível resistir-lhe. Como poderia ser isso?


Este é um livro completamente direccionado para mulheres, assim como O Vale das Bonecas. Lê-lo é como se de repente, regressássemos ao passado, e ingressássemos no mundo do espectáculo. Como se nós fossemos uma das actrizes. Um dos produtores. Como se pertencêssemos aquele mundo.


Classificação : 7/10 - Bom

terça-feira, 27 de outubro de 2009

As Mulheres de Mozart, de Stephanie Cowell

Sinopse: As Mulheres de Mozart é um romance histórico que entretece com magnificência e sensibilidade factos e ficção. Habita nele a mesma grandiosidade que anima as óperas do compositor, como se o próprio génio de Mozart o tivesse orquestrado, impregnando-o do seu espírito vivo e apaixonado. No ano de 1777, Mozart chega a Mannheim, e, poucos dias depois, é convidado para um serão musical em casa da família Weber. É nessa noite que Mozart, com apenas vinte e um anos, conhece as quatro mulheres que virão a cativar o seu coração e a inspirar a sua música. Muito diferentes entre si, Josefa, Aloysia, Constanze e Sophie fundem-se numa única sensação difusa de juventude e sensualidade. Musas, confidentes, amadas, estas quatro figuras femininas vão reflectir-se nas heroínas das óperas de Mozart, elas serão, para sempre, as mulheres que ele amou e que o amaram. Uma obra de rara beleza, que se eleva às mais altas esferas da criação literária para fazer reviver, através do olhar das irmãs Weber, o génio sublime e intemporal de Mozart.

A minha opinião: Comecei a ler este livro com uma grande expectativa, porque sou uma autêntica admiradora, não só de música clássica, mas também da magnífica vida e obra de Mozart. Penso que foi exactamente por isso que não o pude apreciar totalmente.

O livro tem um excelente começo. São nos apresentadas quatro irmãs, as Weber, que terão uma enorme influência na vida de Mozart. A história é nos contada pela irmã mais nova, Sophie, na sua conversa com um investigador que procura informações sobre a vida do compositor.

O livro é em si, agradável de ler. No entanto, e apesar de ser mostrada ao leitor uma nova faceta de Mozart, senti que muitas vezes ele ficava para segundo plano, o que era desmotivante para aqueles que queriam saber mais sobre o compositor. Isto não invalida o facto do romance, contexto histórico e a escrita não serem cativantes, pois até o são. Simplesmente não correspondeu áquilo que eu esperava do livro.

O livro proporciona boas horas de leitura. É muito interessante conhecer a vida das irmãs que foram fonte de inspiração para Mozart em inúmeras obras. Foi, de facto, bastante agradável de ler e introduzia o leitor no contexto da época e na dura vida que em especial os músicos levavam.

Penso que é um livro interessante para aqueles que querem conhecer outra faceta de Mozart, uma mais humana, de uma excelente forma.

Classificação:
6/10 - Bom,mas deixa a desejar

domingo, 25 de outubro de 2009

As Três MISS MARGARETS, Louíse Shaffer

Sinopse: Miss Peggy, Dra. Maggie e Miss Li'l Bit têm em comum o nome e uma amizade que dura há longos anos. Mas por detrás da fachada irrepreensível que as levou a serem consideradas verdadeiros ícones em Charles Velley, na Georgia, têm também um segredo explosivo, com décadas, que está prestes a ser revelado.
Trinta e tal anos antes, as três Miss Margarets fizeram algo extraordinário, clandestino e profundamente ilegal. Apesar de permanentemente assombradas por essa noite que mudou as suas vidas, acreditam ainda que o seu crime foi apenas uma forma de corrigir um mal imperdoável.
Porém, a chegada de um estranho à cidade e uma morte trágica vão abrir as comportas da memória, e a lealdade, a amizade e a honra serão postas à prova como elas jamais teriam imaginado - principalmente quando têm de enfrentar Laurel Selene, uma jovem que passou toda a sua vida a braços com uma mãe alcoólica e um rancor desmedido. Laurel está prestes a descobrir o que aconteceu na noite em que as três Miss Margarets fizeram o seu juramento secreto. Qualquer que seja a sua reacção, apenas uma coisa é certa: nada voltará a ser como dantes.


A minha opinião: Este é um livro que eu via à muito guardado na prateleira da avó, e que sempre me fez sentir uma certa curiosidade de saber qual o segredo que continha.
Foi uma história que me agarrou desde a primeira página, e que me deu sempre vontade de ler mais para saber o que acontecia a seguir, logo, li o livro em uma dentada.

O livro começa por apresentar as três personagens centrais, As Três Miss Margarets, Peggy, Maggie e Li'l Bit.

Louíse conta um pouco da história de cada Margaret, como se de uma memória se tratasse. Durante o primeiro capítulo, as três amigas recordam-se dos seus tempos de miúdas e do que naquela altura os habitantes do pequeno local Charles Valley pensavam delas. O Inicio desta história absorvente revela-nos o gesto que vai ajudar a desenterrar todos os segredos meticulosamente guardados pelas Margarets: as três encontram-se numa casa abandonada e despedem-se da vedeta local, Vashti, agora morta, que volta à sua terra natal quando está prestes a falecer.

Um jornalista, que está a escrever um livro acerca de Vashti, reconhece as três Miss Margarets, quando estas deixam a casa abandonada depois da despedida. A partir daqui, tudo vem ao de cima, quando o jornalista tenta descobrir mais acerca do que viu.

Esta história leva-nos numa viagem incrível ao longo de três gerações, e revela-nos coisas inesperadas acerca da vida de cada personagem. No fim, juntando todas estas recordações dos velhos tempos, o grande segredo que as três idosas Peggy, Maggie e Li'l Bit escondem é finalmente descoberto. As três coisas que vos posso dizer acerca deste segredo horrível é que nada é o que parece, existem vários "inocentes" envolvidos nele e, depois de revelado, nada volta a ser como dantes.

O único defeito que realmente se destaca, para mim, tem apenas haver com a pontuação do livro, não conseguimos distinguir bem quando acaba uma recordação e recomeça o presente.
Foi um livro que adorei e que certamente recomendo a todos, principalmente, aos que gostam de um bom segredo.


Classificação: 9/10 - Excelente


(Finalmente consigo partilhar ideias com vocês! Estas tecnologias deixam-me de rastos! ;) )

domingo, 18 de outubro de 2009

Os Filhos da Droga, Christianne F.

Sinopse: Esta história é excepcional e, ao mesmo tempo, de todos os dias. Fala-nos de relações familiares deformadas, da passagem da infância à adolescência num ambiente de cimento e consumo passivo, mortal para a fantasia, da falta de orientação dos adolescentes e do diálogo entre eles e os adultos.

A minha opinião: Li este livro de uma rajada. No entanto, parti um bocado céptica em relação a este livro. Principalmente por duas razões. Tinha lido há uns anos A Lua de Joana e não gostei, ainda que na minha opinião, o tenha lido muito jovem. A segunda razão é o facto desta temática e livros verídicos não serem de todo o que costumo ler. No entanto, um primo meu só leu um livro inteiro na vida, este, e isso deixou-me no mínimo curiosa.

O livro começa com a mudança de Christiane da sua aldeia natal para Berlim. Tinha 7 anos e não sabia como a sua vida ia mudar depois dessa viagem. Cedo apercebe-se que a sua vida não é o que esperava, e cresce num local completamente desprovido de alegria. Foi uma questão de tempo até se envolver com más companhias e entrar no mundo da droga. Depois, em pouco tempo, vai passando das drogas mais leves, às mais pesadas e acaba por prostituir-se para suportar o seu vício. Ao longo deste livro, vamos acompanhando a sua evolução naquele mundo e as suas tentativas de cura.

É um livro absorvente, e reflecte um pouco daquilo que era Berlim nos anos 70, a geração que cresceu com pais demaisado liberais, para contrariar a sua educação conservadora e os problemas da sociedade que não conseguia fazer frente a esta situação. Foi interessante compreender algumas coisas daquele mundo e das pessoas que fazem parte dele, desde a dependência física à psicológica.

Este relato é surpreendente, principalmente por se passar com uma rapariga tão jovem. Não foi um livro que me tocou profundamente, no entanto, houve partes que me sensisibilizaram e dificilmente esquecerei algumas coisas. Penso, que tal como muitos do género, devem ser lidos pelos jovens, de modo a que entendam um pouco do que é viver dependente da droga.

Classificação: 6/10 - Bom,mas deixa a desejar

(Mais uma vez chamo a atenção que esta classificação é meramente indicativa da minha apreciação enquanto livro. Reconheço que dentro da temática poderá ter uma classificação bem melhor)

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Morte No Nilo, Agatha Christie

Sinopse: A tranquilidade de um cruzeiro ao longo do Nilo é ensombrada pela descoberta do cadáver de Linnet Ridgeway. Ela era jovem e bela; e tinha tudo… até perder a vida! Hercule Poirot apercebe-se de que, a bordo do navio, todos os passageiros são possíveis assassinos: pelas mais diversas razões, todos tinham algo a apontar a Linnet. Mas quem terá sido levado ao acto extremo de a alvejar? Ainda que tudo aponte para a mesma pessoa, o detective cedo descobre que naquele cenário exótico nada é exactamente o que parece.

A Minha Opinião: Este é o terceiro livro que leio dela e não é por acaso que a chamam e bem a Rainha do Crime.

Este livro, que li no decorrer da leitura conjunta do fórum Estante dos Livros, tem várias particularidades muito interessantes. Uma é o facto de o assassinato só decorrer no meio do livro, o que nos dá a possibilidade de conhecermos as personagens antes de serem suspeitas e também ver o que as levou a fazer a viagem pelo Nilo... Um aspecto que eu gostei e bastante. Outra é o facto de ter muitas personagens completamente distintas, vindas de imensos sítios, o que também enriquece o livro. Foi diferente dos dois livros que li, mas mesmo assim foi muito agradável ver outro estilo de história nos policiais dela, pois este destaca-se a nível de enredo e não só a nível da investigação.

O final, foi para mim, inesperado, embora não tenha sido para outros membros do fórum :P

Mais uma vez, foi uma experiência muito agradável fazer a leitura conjunta, além de ler os policias desta escritora magnífica.


Classificação : 8/10

domingo, 11 de outubro de 2009

O Leque Secreto, de Lisa See

Sinopse: Numa remota localidade chinesa do século XIX, assistimos ao desabrochar de uma das mais belas e inquietantes histórias de amizade. Numa sociedade em que as mulheres desempenham um papel de total submissão, resta-lhes a esperança de um bom casamento para minimizar o facto de serem raparigas – e uns pés delicados e sedutores podem garantir um futuro próspero. O primeiro passo é enfaixá-los com ligaduras para que mais tarde adquiram uma forma e tamanho perfeitos. Este é um momento de grande sofrimento que Lili terá de suportar com apenas sete anos, mas em breve conhece Flor de Neve, a jovem escolhida para ser a sua laotong – uma espécie de irmã de juramento – e estabelece-se entre elas uma ligação emocional que durará a vida inteira. Com o passar dos anos, as duas mantêm uma amizade profundamente sincera e cúmplice, trocando mensagens e poemas em nu shu – uma linguagem secreta feminina – inscritos num leque de seda. Mas um dia os laços de amor que sempre as uniram serão postos em causa…

A minha opinião: A sociedade chinesa sempre me fascinou. Sejam os seus caracteres, o facto de serem uma sociedade muitíssimo culta, inventora de numerosos inventos que utilizamos no dia-a-dia, a capacidade de adaptação dos seus habitantes, enfim. Sempre foi uma cultura que desejei conhecer. E graças a esta leitura, pude conhecer melhor a sua realidade e consolidar alguns dos meus conhecimentos.

Este foi um livro com uma história simples, mas que me agarrou do início até ao final. Foi extremamente interessante perceber e entrar nesta cultura, especificamente na dura vida das mulheres desta. Neste livro, acompanhamos Lírio, desde criança até viúva, passando pelo seu enfaixe de pés, à morte da sua família, ao abandono da sua casa natal e a relação que ela estabelece com a sua laotong (uma espécie de amiga-irmã que a acompanha durante toda a sua vida).

Graças à investigação junto do povo chinês por parte de Lisa See, podemos entender um pouco dos sentimentos destas mulheres e de como era viver numa sociedade tão injusta para elas. Adorei o facto de acompanharmos Lírio desde criança e ver como a sua perspectiva sobre a vida vai mudando. Esse foi um ponto forte por parte de Lisa See, pois além de conseguir transmitir para o papel os sentimentos da protagonista que vão mudando e bastante ao longo do tempo, podemos também ver a sua evolução enquanto pessoa.

Para mim, este foi um livro bastante difícil em termos emocionais e que me demorou um pouco de tempo a processar. Alguns relatos eram bastante cruéis, não só o enfaixe de pés, mas também a forma como eram vistas as mulheres. No entanto, outros eram muito profundos, como os relatos de irmãs de juramento e laotongs. Contudo, foi uma agradável surpresa, pois enriqueceu-me imenso e fiquei com uma enorme vontade de ler mais sobre a sociedade chinesa.

Não sendo uma obra-prima da literatura, foi uma leitura lindíssima, um livro que me disse muito e que certamente não deixará os leitores indiferentes à sua leitura.

Classificação : 8/10

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O Assassinato de Roger Ackroyd, de Agatha Christie

Sinopse: Roger Ackroyd sabia de mais. Sabia que a mulher que amava envenenera o primeiro marido, um homem extremamente violento, e suspeitava que ela era vítima de chantagem. Agora, que as trágicas notícias sobre a sua morte apontavam para um suícidio por overdose, eram muitas as perguntas que pareciam não ter resposta. Mas quando pensava estar perante as primeiras pistas sobre o caso, Ackroyd ver-se-ía envolvido num homicídio brutal: o seu! O Dr. Sheppard, médico da aldeia, fala então com o vizinho, um detective reformado que escolhera o campo para passar tranquilamente os seus últimos anos de vida. A escolha não podia ser mais acertada pois o pacato vizinho era nem mais nem menos que o belga Hercule Poirot...

A minha opinião: Acabei de lê-lo e ainda estou de boca aberta. Agatha Christie é de facto uma escritora excepcional. Tinha uma capacidade enorme de contar policiais, pois através de um fio condutor coerente e constante que nos prende desde o início, temos um final totalmente inesperado e surpreendente.

Neste livro somos confrontados também com um clássico dos mistérios. Um velho muito rico que morre no escritório, e cujo testamento aponta para vários culpados. Até aqui, nada de especial, mas à medida que a história se desenrola este livro é tudo menos banal.

Para já, uma ideia muito interessante é que a história é contada na primeira pessoa, não pelo detective, mas por uma pessoa completamente normal, o médico. Esta perspectiva é muito interessante, pois permite ao leitor assumir claramente a pele de um expectador, que tendo acesso à informação na íntegra, não consegue desvendar o mistério (ou melhor, eu pelo menos não :)

Foi, sem qualquer dúvida, um grande prazer voltar aos policiais de Agatha Christie. É uma autora mais que recomendada.


Classificação: 8/10

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O Remédio, de Michelle Lovric

Sinopse: Numa noite inesquecível de 1785, a alquimia do amor e do crime, funde as vidas de uma actriz de Veneza e do rei do crime londrino.

Numa noite inesquecível de 1785, num famoso teatro londrino, a alquimia do amor e da morte funde subitamente as vidas de uma actriz veneziana e de um aristocrata inglês. Mas nenhum deles é quem aparenta ser. Ela é uma espia ao serviço de Veneza, ele, o maior charlatão de Londres. Segredos perigosos e mentiras elaboradas cedo empurram os dois amantes em direcções opostas, desesperados em saber a verdade um sobre o outro, mas também sobre si próprios. É um tempo de remédios fabulosos - excremento de pavão e pó de ouro são considerados tão eficazes quanto serpentes esmagadas - e os amantes procuram um bálsamo para aplacar todas as doenças, todas as feridas do amor. A sua busca leva-os das ruelas mais obscuras de Londres à enigmática Veneza. Uma dança entre teatros e bordéis, boticários e conventos, onde o par pode ser um fidalgo, um espião ou um assassino.

A minha opinião: A história ora acompanha o lado da vida da actriz, ora a do contrabandista. Esse aspecto tornava a narrativa muito interessante, pois permitia, além de compreendermos melhor as duas personagens, irmos sabendo os segredos de cada uma. No entanto, penso que não foi bem trabalhado, pois a nível de ritmo, este era muito inconstante. Além disso, os lados negros das duas cidades não foram bem explorados. Foi uma grande desilusão, pois deparei-me com uma descrição suave demais.

Ao contrário daquilo que me disseram, eu gostei do início. Para já, a escrita da autora é bastante fluída e rica, o que torna a história um pouco mais interessante. Além disso, as descrições das duas cidades, Londres e Veneza, são também bastante boas, pois apesar de não descrever até à exaustão, dá nos uma ideia clara do lugar onde nos encontramos.

O grande senão é mesmo o argumento, digamos assim. A autora retardou um final previsível que eu tinha percebido no início, e havia muitas partes sem qualquer interesse para a história. A meu ver, poderia ter explorado muito mais a parte histórica e não se ter deixado ficar pelo romance essencialmente. Este foi um dos aspectos que me levou a ter uma opinião menos agradável sobre este livro, pois estava à espera de uma maior descrição histórica. No entanto, é de referir que é bastante positivo haver uma nota histórica no final, de modo a que uma pessoa fique elucidada sobre a veracidade de alguns aspectos retratados no livro.

Sinceramente, pensei que esta história tinha muito mais potencial do que a autora desenvolveu. Ainda esperei por uma reviravolta, pois me disseram que o livro ia melhorar lá para o final, mas foi muito desmotivante ler o que já tinha percebido 200 páginas atrás...

Penso que escolhi o livro errado de Michelle Lovric e porque realmente gostei da escrita da autora e da (pequena) parte histórica que retratou, dar-lhe-ei mais uma oportunidade e lerei O Carnaval em Veneza.

Classificação: 5/10 - Razoável

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Um corpo na biblioteca, de Agatha Christie

Sinopse: Ela era jovem, loura e usava demasiada maquilhagem. O coronel Bntry e a mulher, Dolly, nunca a tinham visto antes... de a encontrarem morta no tapete da biblioteca! Quem é ela? Como é que foi ali parar? E qual é a sua relação com a outra jovem assassinada, cujo cadáver será posteriormente descoberto num carro incendiado? O respeitável casal Bantry convida a pessoa mais eficiente que conhece no que a mistérios diz respeito: Miss Jane Marple. E quando o enigma se adensa e a investigação aponta para vários suspeitos possíveis, a astuta solteirona faz jus à sua fama de implacável bisbilhoteira.

A minha opinião: Eu já há muito tempo que queria ler um livro da autoria da maior escritora policial do século XX, a famosa Agatha Christie. Para já, por três razões. A primeira porque apesar de gostar de ler policiais, é um género que leio bastante pouco. A segunda porque já me tinham aconselhado muitos dos meus colegas os policiais dela. And last but not least, a minha mãe adorava e tinha montes de livros de quando era pequena.

Portanto, este livro foi a estreia nos livros dela. Para já queria explicar por que razão eu não comecei com Poirot, o que provavelmente teria muito mais lógica. Li as duas descrições e, sinceramente, achei que A Miss Marple era extremamente original, diferente e nada convencional, ideia que permaneceu até ao final. E mais, o engraçado é que ela descobre as coisas comparando com casos na sua aldeia (um aspecto muito interessante), encaixando cada atitude/personagem num determinado padrão (é aqui que todas as coscuvilhices lhe servem de alguma coisa)...

Sobre este volume em especial, confesso que foi uma história que, partindo de uma ideia já conhecida, os corpos na biblioteca,Agatha Christie escreveu uma história muito interessante, distinta que desencadeia um final totalmente lógico, mas inesperado. Isto porque imaginação não falta, quer na história de cada personagem, quer no desenrolar na história, que através de pistas subtis nos levam a determinar tal culpado, quando (e de uma forma muito lógica) esse é completamente inocente...

Em resumo, e porque escrever uma opinião no blog sobre policiais é muito mais difícil do que escrever doutro género, tenho apenas a dizer que é uma experiência a repetir e não se admirem se virem mais uns quantos livros dela por estes tempos, já a começar com Morte no Nilo, da leitura conjunta ;)

Classificação: 7/10

domingo, 13 de setembro de 2009

Fahrenheit 451, de Ray Bradbury

Sinopse: O Sistema era simples. Toda a gente compreendia. Os livros deviam ser queimados, juntamnte com as casas conde estavam escondidos. Guy Montag era um bombeiro cuja tarefa consistia em atear fogos e gostava do seu trabalho. Era bombeiro há dez anos e nunca questionara o prazer das corridas à meia-noite nem a alegria de ver páginas consumidas pelas chamas... Nunca questionara nada até conhecer uma rapariga de 17 anos que lhe falou de um passado em que as pessoas não tinham medo. E depois conheceu um professor que lhe falou de um futuro em que as pessoas podiam pensar. E Guy apercebeu-se subitamente daquilo que tinha de fazer...

A minha opinião: Nunca tinha lido nada da categoria
da distopia, pelo que também não o posso comparar a outros livros, no entanto, daquilo que li, gostei bastante de experimentar este género.

Uma das coisas que me levou a ler este livro foi o seu conceito fenomenal. Já imaginaram viver numa sociedade onde cada casa que tivesse livros fosse queimada, em que se pensasse que os livros não diziam nada, pois eram demasiado reais. No entanto, a medida que a história se desenrola, vamos percebendo como a partir desta sociedade caminhámos para o que acontecia naquela. Um conceito assustador, mas não tão irreal como deveria ser. [Na verdade, os livros agora não são queimados, mas muitos são deixados nas prateleiras por ler, ou comprados para fazer decoração.] E o que é um livro se não é lido? Fahrenheit 451 é realmente um daqueles livros cuja leitura nos faz inúmeras questões sobre o mundo em que vivemos.
Através de várias passagens e metáforas que deixam o leitor questionar-se ou reconhecer muitas coisas da sociedade retratada com a nossa, podemos chegar a várias conclusões, que variarão de leitor para leitor.

Fiquei com pena que o livro fosse tão pequeno. Na minha opinião, a temática podia ainda ser melhor explorada, no entanto, esse é o único ponto fraco que tenho a apontar. De resto, este foi um livro que me proporcionou excelentes horas de leitura.

Classificação: 8/10

Deixo agora uns excertos:

"Os bons escritores tocam muitas vezes na vida. Os medíocres passam uma mão rápida sobre ela. Os maus violam-na e deixam-na às moscas." Como é verdade...

" Percebe agora porque os livros são odiados e temidos? Revelam os poros na face da vida. As pessoas acomodadas querem apenas rostos redondos de cera, sem poros, sem pêlos, sem expressão"

A fonte da frase entre parentesis é esta

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Selinhos :D

Caros Leitores, a Cozinha das Letras recebeu 2 selinhos. O primeiro foi-nos dado pela Sara, do blog A Magia das Palavras, pela Laelany, do blog Chá da Meia-Noite e pela Diana, do blog Refúgio dos Livros. Obrigada Sara, Laelany e Diana! Regras do selinho:
* Postar o selinho no Blogue; * Informar os "premiados" do selinho; * Dizer 5 coisas que você adora na vida.

Coisas que adoramos na vida (não por ordem):
- Dançar, paixão que temos todas em comum
- Ler :) Penso que conseguem perceber
- Amigos
- Música
- Comida :D (especialmente a Jacqueline' e a Juliet)


Vou oferecer este selinho a:

Este Meu Cantinho (O blog da WhiteLady3, que nos acompanhou desde o início)
La Sorcière (O blog da La Sorcière, a nossa bruxinha preferida)
Lydo e Opinado! (O blog do Tiago, da Patrícia e da Sássára, cujas críticas gostamos sempre de acompanhar)
O Cantinho do Bookoholic (O blog do Pedro, que aumenta cada vez mais a nossa lista de livros para ler)
Que a Estante nos Caia em Cima (O blog do Rui e da Arisu, com excelentes sugestões literárias)
Leitura das Marias


O segundo foi nos dado também pela Sara do blog A Magia das Palavras, pela Jojo, do blog Os devaneios da Jojo,pela Laelany, do blog Chá da Meia-Noite e pela Diana, do blog Refúgio dos Livros. Obrigada Sara, Jojo, Laelany e Diana!

Agora é só responder às perguntas!

- Qual o livro que está lendo ou qual o último que leu?
Papillon:
Acabei de ler O Mundo de Sofia, de Jostein Gaarder.
Actualmente estou a ler Doida, não e não!, de Manuela Gonzaga.
Jacqueline': Acabei de ler A Filha da Profecia, de Juliet Marillier.
Actualmente estou a ler Fahrenheit 451,
de Rad Bradbury.
Juliet: Acabei de ler a Marcada, de P.C Cast e Kristen Cast.
Actualmente estou a ler Danças na Floresta,
de Juliet Marillier.


- Qual livro preferido?
Papillon: O Vale das Bonecas, de Jacqueline Susann
Jacqueline': A Filha do Capitão, de José Rodrigues dos Santos
Juliet: O Segredo de Cibele, de Juliet Marillier

- Autor, capa, recomendação ou sinopse?
Depende. Se estamos numa livraria, o título e a capa, são das primeiras coisas que nos chamam ou não a atenção. Sinopses não costumamos lê-las todas, só parte, e vemos logo se vamos gostar ou não. O autor sempre ajuda, principalmente se é um dos nossos preferidos. No entanto, todas estas coisas são irrelevantes se é um livro recomendado por alguém com os mesmos gostos que nós.

- Um livro que não consegue terminar de ler.
Pappilon: O Velho e o Mar
Jacqueline': É me muito difícil não acabar um livro. Mesmo que não goste, fico sempre na esperança que algo vá mudar. Só houve um livro que não consegui mesmo. Foi Uma mão cheia de Nada e Outra de Coisa Nenhuma, de Irene Lisboa.
Juliet: Eragon

-Aquele que não sai de sua cabeceira.
O livro que estou a ler. Depois é entregá-los à biblioteca/ arrumar na estante/ devolvê-los àqueles que nos emprestaram :D

- Escritor preferido.
Papillon: J.K.Rowling, Jacqueline Susann,Maria Teresa Maia Gonzalez, Henri Charriere e Isabel Allende.

Jacqueline': Juliet Marillier, J.K.Rowling e JRS, além de Jacqueline Susann (agora reparei que começam todos por J, será coincidência?)

Juliet: Juliet Marillier, J.K.Rowling, Sarah Addison Allen.


-Nós recomendo:
A trilogia Sevenwaters, Harry Potter e Mulherzinhas de Louisa Alcott, vários da colecção Estrela do Mar, em especial , O Rapaz que ouvia as Estrelas, o Monte dos Vendavais, Pappilon, a Herança Bolena e a Espia da Rainha.

- Não recomendo:
Papillon: Delta de Vénus de Annais Nin
Jacqueline' & Juliet: Depende totalmente do género que a pessoa gosta...

Este selinho vai para os blogs referidos no outro selo :D

Muitíssimo Obrigada a todos os nossos caríssimos leitores e visitantes do blog pelo o apoio e pelos miminhos dados :D

Excelentes leituras!**

Cozinha das Letras

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Eva Ibbotson

Eva Ibbotson é uma escritora com vários títulos publicados na colecção Estrela do Mar.
Actualmente, são 4. As Duas Feiticeiras, O Segredo da Plataforma 13, Viagem ao Paraíso Verde e O Grande Mago do Norte. Apenas não li o último e posso afirmar que a autora é uma escritora de livros infanto-juvenis nata.

Eva Ibbotson tem uma escrita cativante, que certamente agradará ao público mais jovem. (Eu própria li os primeiros 2 que referi, em idade de os ler, e gostei bastante, tanto que ainda me lembro relativamente bem da história).

São livros de tamanho médio, e aconselhadíssimos a idades compreendidas entre os 7/11 anos. Em As Duas Feiticeiras e O Segredo da Plataforma 13, temos o género da fantasia, como já habitual na Estrela do Mar. Duas histórias curtas, mas bastante imaginativas. O Segredo da Plataforma 13 aborda o tema de uma passagem secreta de um mundo para outro numa estação de metro, onde se vai desenrolar a busca do príncipe do outro reino. Apesar de haver fantasia, há sempre um pouco de aventura, o que enriquece e bastante a narrativa.

Viagem ao Paraíso Verde fala sobre uma rapariga que vai para o Brasil, que contacta com os índios, e se envolve numa aventura com um mestiço. Neste livro, o género é mais aventura, mas também é bastante interessante, pois tem uma espécie de mistério, ao mesmo tempo que tem descrições lindíssimas do paraíso verde que é, nem mais nem menos, a Amazónia.

Esta é também uma excelente escritora para oferecer aos mais novos, pois combina fantasia, mistério e aventura. Uma excelente mistura para os nossos pequenos leitores!


domingo, 6 de setembro de 2009

Amanhecer, de Stephenie Meyer

[Esta Crítica é da Papillon]

Sinopse:
- Não tenhas medo - murmurei. - Pertencemos um ao outros.

De repente, senti-me esmagada pela realidade das minhas próprias palavras.
O momento era tão perfeito e verdadeiro, que não havia forma de o negar.
Os braços dele rodearam-me, apertando-me contra si...

Uma corrente eléctrica pareceu percorrer cada extremidade dos meus nervos.
- Para sempre - confirmou ele.

A minha opinião
: Espantoso e de cortar a respiração Amanhecer é o final anunciado da Saga Luz e Escuridão. Após uma reviravolta na colecção, com a publicação de excertos de Midnight Sun (o suposto quinto livro da Saga) a escritora Stephenie Meyer decide encerrar a tão famosa colecção com um final que nos deixa a todos em suspence e à espera de mais. Isabella Swan, a tímida e reservada adolescente que namora com o tão perfeito vampiro Edward Cullen, anuncia finalmente o noivado. O casamento, a lua-de-mel e o descanso dão origem à mais surpreendente notícia; Bella está grávida.
Tudo muda, o presente e o futuro vão se aliar mais que nunca. Ninguém aceita a gravidez de Bella, nem mesmo o seu melhor amigo, um lobo, Jacob Black, que já com o coração partido, devido à decisão de Bells, em ficar com Edward e tornar-se uma vampira, decide ajudá-la. Com a meticulosidade de Meyer, que decide dividir este livro em três partes, dando-nos assim a possibilidade de visualizar-mos diferentes pontos de vista da mesma história, este é um livro absolutamente sensacional para todos os amantes de vampiros e de uma bela história de amor, em que o final acaba com um " e viveram felizes para sempre".

*****


Apesar do polémico final e do desagrado geral por parte de muitas fãns, na minha opinião este é um livro magnifico, que emociona a cada detalhe e surprende a cada página. Amanhecer revela a inteligência de Meyer, em deixar todos os fãns com expectativas de uma continuação, não anunciada, e de um final surpreendente que deixa água na boca. Aconcelho a todas as pessoas de diferentes idades a devorar esta colecção desde o ínicio ao fim.
1º livro- Crepúsculo
2º livro- Lua nova
3º livro- Eclipse
4º livro- Amanhecer

Classificação: 9/10

sábado, 5 de setembro de 2009

A Filha da Profecia, de Juliet Marillier

Sinopse: Fainne foi criada numa enseada isolada na costa de Kerry, com uma infância dominada pela solidão. Mas o pai, filho exilado de Sevenwaters, ensina-lhe tudo o que sabe sobre as artes mágicas. Esta existência pacífica será ameaçada em breve, e a vida de Fainne jamais será a mesma, quando a avó, a temida feiticeira Lady Oonagh, se impõe na sua vida. Com a perversidade que a caracteriza, a feiticeira conta a Fainne que tem um legado terrível: o sangue de uma linhagem maldita de feiticeiros e foras-de-lei, incutindo nela um sentimento de ódio profundo e, ao mesmo tempo, a execução de uma tarefa que deixa a jovem aterrorizada. Enviada para Secenwaters, com objectivo de destruí-la, vai usar todos os seus poderes mágicos, para impedir o cumprimento da profecia.

A minha opinião:
Esta foi, sem dúvida, uma triologia que me marcou. Apesar de ter demorado mais tempo a ler este livro, não porque fosse desinteressante, mas porque o tempo foi me consumido por forrar livros, etiquetar material e etc, tive um prazer enorme em lê-lo.

Apesar do meu preferido ser A Filha da Floresta, este foi igualmente fantástico. Ok. Eu tinha adorado o romance de Liadan e Bran, mas acho que este ainda gostei mais. Para mim, Fainne e Darrangh são ainda mais amorosos, ainda ficam melhor juntos..

A cada livro que leio dela, surpreendo-me cada vez mais. Juliet Marillier tem definitivamente um grande dom para contar este tipo de histórias. Neste terceiro livro, temos a oportunidade de poder entender ainda melhor Lady Oonagh e todo o lado das trevas daquele mundo. Apesar de já estar habituada a ter a presença de personagens femininas fortes, para mim Fainne é ainda mais corajosa, pois ela não só tem de combater a força de Lady Oonagh, mas também tem de proteger aqueles que estão à sua volta, de uma forma mais humana, mais real que Sorcha e em menor escala, Liadan.
E passo a explicar. Ela cometia erros, pois não era fácil não se ser enganada pela sua avó, mas havia sempre nela uma luta, uma resistência para não fazer o que estava errado. Se no entanto, ela cometia algum erro, ela tentava sempre no possível emedá-lo, tal como nós o fazemos.

À medida que o lia, estava sempre na expectativa do que aconteceria. Estava muito curiosa com o rumo que Fainne tomava e que desencadeou
, mais uma vez, um fantástico final, bastante imprevisível que só é percebido se estivermos, como habitual, atentos aos pormenores.

Nem preciso de referir, mas esta trilogia é aconselhadíssima.

Classificação: 9/10

Uma frase que eu adorei:

"Então inclinou-se para me dar um beijo na face, o tipo de beijo que um rapaz dá a uma rapariga, quando ambos são demasiado novos para dizer o que sentem" Só mostra o quão bonita é a relação Fainne-Darragh

Para aqueles que leram o livro:

A canção que a Fainne canta no final não foi traduzida pela Bertrand, no entanto poderão vê-la aqui. É lindíssima e mostra sem dúvida como maravilhosa é a relação entre ela e Darragh.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Welcome to Allgarve

A verdade é que não podia de deixar de fazer esta entrada. Este Verão passei duas semanas lá e, como já é meu costume, não pude de deixar de espreitar o que o meu vizinho estava a ler.

Nos apartamentos onde fiquei havia um press center, e qual não foi o meu espanto quando vi uma montra de livros em inglês e em alemão, a preços relativamente bons. Os livros, em geral, são mais baratos no estrangeiro, mas cá era natural que abusassem nos preços, no entanto não foi isso que verifiquei. Foi então que, de repente, assaltou-me uma dúvida. Se os têm, é porque alguém os compra. Incrível que numa semana, haja estrangeiros suficientes para comprarem livros no objectivo de continuarem a sua leitura ininterrupta... Não deixa de ser surpreendente... Quanto a livros portugueses, havia uma feira ao pé da piscina, uma excelente iniciativa por parte destes apartamentos....

Sinceramente, estava à espera de ver menos portugueses a ler, e quando digo isto, não o digo por achar que não somos cultos, mas porque na verdade, não temos ainda muito bem implementado o hábito da leitura. Nas horas de maior calor, vi bastantes pessoas a lerem e (inédito até agora) vi 3 famílias inteiras portuguesas a fazerem-no ! Quanto aos estrangeiros, como habitual, debaixo do seu chapéu de sol ou na piscina, sempre com um livro na mão (pelo menos)...

Augusto Cury liderou as preferências portuguesas, além de Dan Brown e o habitual Harry Potter...

No entanto, ainda estamos muito longe de termos bons hábitos de leitura. Apesar de ter visto bastante mais portugueses, não eram muitos os que tinham um livro em comparação com o número de estrangeiros. No entanto, a nível de leituras na praia, estava melhor que o norte do país, talvez por uma única razão, que infelizmente é ainda é verdadeira... Este não é o Algarve. This is Allgarve.